A Folha lança nesta semana a série de reportagens Internet, 30, que conta histórias de pioneiros da rede brasileira, cujo lançamento comercial completa 30 anos em 1º de maio.
A data marca o dia em que a então estatal Embratel liberou o acesso da rede à população geral, após um período de testes com 250 usuários. Antes, a rede esteve restrita desde o final dos anos 1980 ao meio acadêmico por meio da RNP (Rede Nacional de Pesquisa).
A ideia mesmo surgiu ainda nos anos 1960, durante o auge da Guerra Fria nos Estados Unidos. A chamada Arpanet, rede de computadores criada pelo Departamento de Defesa dos EUA, começou com quatro computadores em 1969 e serviu de base para sistemas mais abrangentes nas décadas seguintes.
Os textos da série, publicados nas próximas duas semanas, partem da evolução da conexão no país, a partir de meados dos anos 1990, para abordar desafios atuais como a ascensão de plataformas de inteligência artificial e a autonomia da gestão da rede no país.
Na sequência, das primeiras lojas virtuais aos primeiros influencers, passando por sites que anteciparam o surgimento de aplicativos e redes sociais, a série vai mostrar como a internet hoje é um reflexo do que já acontecia, mesmo que de forma incipiente, décadas atrás.
Ainda nos anos 1990, sites como Netflores e Booknet abriram as portas para os ecommerces que hoje movimentam bilhões, enquanto redes sociais como o Orkut, praticamente brasileira, anteciparam um mundo dominado por algoritmos.
Empresas do ramo alimentício e de transportes também tentaram emplacar serviços online, hoje centralizados em aplicativos como Uber e iFood.
Em pouco mais de um ano após o lançamento, o número de domínios com o final “.br”, assinatura brasileira na web, saltou de 851 para 7.500. Hoje, são mais de 5,4 milhões, e a rede já foi acessada por cerca de 90% da população, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).