Por que iPhones ainda não têm Pix por aproximação?

Em segundo plano, existe uma discussão sobre o acesso à antena NFC (Near Field Communication, que possibilita o pagamento por aproximação) de aparelhos da Apple. A empresa permite o uso da tecnologia via Apple Pay, porém ela cobra uma taxa por isso, segundo fontes do mercado. A gigante da tecnologia costuma argumentar que a sua mediação garante a segurança do usuário.
Ninguém gostaria de pagar por algo que deveria ser grátis, diz outra fonte do mercado financeiro. Qualquer tipo de cobrança poderia ser passada para o consumidor ou para a instituição financeira. Neste caso, ficaria descaracterizada uma das principais características do Pix, que é de fazer transações gratuitas.
O iPhone não é nem de perto líder no mercado brasileiro. O Android lidera em adoção no mercado brasileiro com mais de 90%, enquanto a Apple tem menos de 10% do ramo de smartphones. Mesmo minoria, os usuários de iPhone são de grande interesse para instituições financeiras, pois são de “poder aquisitivo significativo”.
Apple já foi criticada nos EUA e União Europeia pela “taxa por transação”
Na Europa, a Apple foi alvo de reclamação por isso, e a Comissão Europeia exigiu que empresa permitisse que instituições financeiras usassem NFC gratuitamente. Em julho de 2024, a entidade informou que após investigação, concluiu que a empresa abusava de sua “posição dominante sobre o iOS”, não permitindo que carteiras competidoras usassem o chip de aproximação. Como resultado, terceiros poderiam usar a tecnologia gratuitamente sem estar atrelado ao Apple Pay ou Apple Wallet.
Nos EUA, o Departamento de Justiça também acusou a Apple de manter um monopólio no ramo de pagamentos. Lá, onde é líder de mercado, a Apple cobra 0,15% por cada transação de cartão de crédito via Apple Pay.