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‘Palworld’ quebra recordes e é acusado de plagiar Pokémon – 31/01/2024 – Tec

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É difícil fugir da definição mais simples de “Palworld”: um jogo fortemente inspirado em Pokémon, só que com armas de fogo. O game mescla elementos de sobrevivência, exploração, captura de monstros e jogos de tiro, e tem quebrado recordes de vendas e jogadores —além de desencadear uma onda de piadas de quinta série no Brasil, uma vez que os monstros a serem colecionados são os simpáticos Pals.

Para além dos muitos posts no X sobre a coincidência linguística, a força de “Palworld”, desenvolvido pelo estúdio japonês Pocketpair, impressiona. Um dia depois do lançamento em acesso antecipado, no dia 18 de janeiro, o game era o mais jogado por influenciadores e streamers na plataforma Twitch. A Pocketpair vendeu mais de seis milhões de cópias nos primeiros quatro dias e tornou-se o segundo mais jogado simultaneamente na história do Steam, com 2 milhões de players —atrás apenas de PUBG.

Pokémon e armas

“Palworld” se passa nas Ilhas Palpagos, onde o jogador controla um personagem que precisa sobreviver em um mundo aberto colecionando monstros, os Pals, utilizando os bichos para lutar contra adversários e também forçando-os a trabalhar —eles constróem sua base para você e fabricam itens.

Ele tem o seu aspecto satírico, investindo na piada antiga de que batalhas Pokémon nada mais são do que rinhas de galo: parte da descrição do jogo, por exemplo, diz que o jogador pode “criar fábricas e designar Pals para se encarregarem das tarefas. Contanto que tenham ração, eles podem trabalhar sem nunca descansar — até o fim da vida”. Além disso, um dos principais inimigos do jogo são um grupo extremista que luta para libertar os Pals do trabalho forçado. Nada sutil.

Mas a mistura de vários gêneros, que se inspira fortemente não só em Pokémon mas também em jogos de sobrevivência estabelecidos, como “Ark”, conquistou centenas de milhares de pessoas em pouquíssimo tempo. “Palworld” pode ser jogado sozinho ou em um servidor com até 32 pessoas, mas somente na versão para PC.

As polêmicas de “Palworld”

O sucesso estrondoso não é a única razão pela qual só se fala em “Palworld” nos últimos dias. As semelhanças muito próximas de alguns dos Pals com Pokémons levaram a acusações de plágio —e um post em específico no X afirmando que a semelhança chega até mesmo nos modelos 3D do jogo gerou réplicas e tréplicas, atacando e defendendo a Pocketpair.

A Pokémon Company, que é dona dos direitos da franquia junto de outras empresas, entre elas a Nintendo, se manifestou na última quarta (24). Sem citar “Palworld”, a empresa japonesa disse que “não permitiu” qualquer uso da marca, e que pretende “investigar e adotar medidas cabíveis para lidar com qualquer ação que viole direitos autorais”.

Seja como for, certamente não ajuda o fato de que o “pal” que mais frequentemente ilustra a arte promocional do jogo, sempre munido de uma metralhadora, parece ser uma versão amarela do espírito da floresta do filme “Meu Amigo Totoro”, do Studio Ghibli, somado ao sorriso malévolo do Gengar, um dos pokémons mais conhecidos.

Também paira a suspeita de que “Palworld” tenha utilizado inteligência artificial em algum grau no seu desenvolvimento, uma acusação que tem sido feita sem provas por críticos do jogo. O motivo é o entusiasmo do CEO da Pocketpair, Takuro Mizobe, com a nova tecnologia. A Pocketpair chegou a lançar um jogo de pouca repercussão em 2022 chamado “AI: Art Impostor”, no qual jogadores usam inteligência artificial para gerar arte.

A presença de “Palworld” no Steam parece indicar que não há IA no jogo. Isso porque a Valve, empresa que controla a loja digital, afirmou no último dia 10 que vai pedir que estúdios revelem se utilizaram ou não a tecnologia, e que prometam que não infringiram nenhuma lei. Não há qualquer menção sobre inteligência artificial na página do jogo na plataforma.

Tudo o que Pokémon não quer ser

Apesar das controvérsias, “Palworld” é um sucesso absoluto de público —e parte da crítica especializada tem sugerido que isso pode ser por causa da estagnação da franquia “Pokémon”, cujos jogos recentes têm tomado poucos riscos. O último lançamento, “Pokémon Scarlet/Violet”, acumula uma pontuação média no site Metacritic, com 72 pontos de 100, e passou por um lançamento turbulento, criticado pelos vários bugs e problemas de performance.

Cass Marshall, jornalista do site especializado Polygon, escreveu em um artigo de opinião que “‘Palworld’ parece uma realidade alternativa na qual a franquia Pokémon teve a oportunidade de ser estranha, experimental, e sem medo de lançar jogos cujo o público alvo é apenas de adultos”. Resta saber se os responsáveis por uma das franquias mais bem sucedidas da história do games vão responder à provocação de “Palworld” nos consoles —ou na Justiça.

No Brasil, “Palworld” sai por R$89,90 no Steam e R$112 na Xbox Store, e está incluso no Xbox Game Pass.


PLAY

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Pentiment

(PC, Xbox One/X/S)

Lançado no final de 2022, o jogo passou por baixo do radar da maior parte das grandes premiações do setor, mas é um dos títulos mais fascinantes que joguei nos últimos tempos. Em “Pentiment”, você é Andreas Maler, um aprendiz de artista que se torna o equivalente a um detetive medieval na Alemanha do século 16 quando um nobre é assassinado na abadia onde trabalha. A história acontece ao longo de 25 anos, e Andreas junta pistas ao longo de duas gerações para solucionar o mistério. Um jogo muito cuidadoso com a história, as relações sociais dos personagens e a arte representada, “Pentiment” é relativamente curto, muito bem escrito, tem um design inovador e trata de questões que ficaram na minha memória muito tempo depois de completá-lo.


UPDATE

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

Depois da compra da gigante Activision Blizzard pela ainda maior Microsoft, finalizada em outubro do ano passado, chegaram os primeiros anúncios de demissões em massa. Na quinta (25), a imprensa americana noticiou que a empresa demitiu 1,900 trabalhadores da Blizzard, Xbox e ZeniMax, a companhia que controla a Bethesda. Antes dos cortes, a Microsoft Gaming empregava 22 mil pessoas.

– Além das demissões, a Microsoft também cancelou o desenvolvimento de um jogo de sobrevivência que vinha sendo produzido pela Blizzard há seis anos, a primeira nova propriedade intelectual do grupo desde o lançamento de “Overwatch”, em 2016. O Presidente da Blizzard, Mike Ybarra, também deixou o cargo, que ocupava desde 2021.

Na segunda (22), a Riot Games anunciou que demitiu 530 trabalhadores, ou 11% da companhia. O estúdio responsável por “League of Legends” disse em nota que está “reajustando nosso foco em menos projetos, que terão alto impacto”. O CEO Dylan Jadeja afirmou em um comunicado interno que “investimentos que fizemos não tiveram o retorno esperado”, o que ajudaria a explicar a decisão.

Somadas, as demissões na Riot, Microsoft e outras empresas eliminaram 6 mil postos de trabalho —durante todo o ano de 2023, cerca de 10 mil pessoas perderam o emprego no setor.

Na última quinta (25), a Apple anunciou que vai permitir que aplicativos de streaming de jogos possam funcionar na App Store. Isso inclui serviços como o GeForce Now e o Xbox Cloud Gaming, que permitem que jogos pesados rodem em qualquer sistema.

A Nintendo pretende lançar um novo console ainda em 2024, de acordo com um relatório da empresa japonesa Omdia, que analisa o mercado de tecnologia no país. O sucessor do Switch teria uma tela de 8 polegadas, consideravelmente maior que a versão padrão do console atual, que tem 6,2 polegadas. Até aqui, a Nintendo nega qualquer informação a respeito de um novo console.


DOWNLOAD

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

31.jan

“BlazBlue Entropy Effect”: R$ 65,11 (PC)

“Song of Nunu: A League of Legends Story”: preço não disponível (PS 4/5, Xbox One/X/S)

1º.fev

“Granblue Fantasy: Relink”: R$ 299,90 (PS 4/5), preço não disponível (PC)

“One Punch Man: World”: grátis (PC, iOS, Android)

2.fev

“Jujutsu Kaisen Cursed Clash”: R$ 229,90 (PC), R$ 299,90 (PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)

“Persona 3 Reload”: R$ 329* (PC, Xbox One/X/S), R$ 349,90 (PS 4/5)

“Suicide Squad: Kill The Justice League”: R$ 279 (PC), R$ 299,90 (PS 5, Xbox X/S)

“Vampire: The Masquerade – Justice”: preço não disponível (PC)

6.fev

“Foamstars”: preço não disponível** (PS 4/5)

*Disponível no Xbox Game Pass

**Gratuito para assinantes do PlayStation Plus

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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