MPF e MPMG pedem recall do Jeep Compass por mais de 20 defeitos de fábrica
Solicitação foi feita à Justiça em Ação Civil Pública pelo procurador Cléber Eustáquio e pelo promotor Fernando Martins, em Uberlândia; modelos montados a partir de 2018 estariam com problemas. O g1 entrou em contato com a empresa. Jeep Compass 2018, foto ilustrativa
Divulgação
Uma ação dos ministérios públicos Federal (MPF) e de Minas Gerais (MPMG) pediu à Justiça a determinação de um recall de veículos do modelo Jeep Compass montados a partir de 2018 por conta de mais de 20 defeitos de fábrica.
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Recall é o termo em inglês usado para se referir à devolução de um lote de produtos para o fabricante em caso de problemas que ameacem a segurança do usuário. Além do procedimento, os órgãos também pedem uma indenização de danos morais coletivos no valor de R$ 50 milhões.
O pedido foi feito pelo procurador da República em Uberlândia, Cléber Eustáquio Neves, e pelo promotor Fernando Rodrigues Martins no último dia 22 de novembro. O documento foi encaminhado à Justiça com pedido de tutela de urgência.
O g1 procurou a Justiça para saber se a ação já foi avaliada e se o recall foi determinado e aguarda retorno. A reportagem também tentou contato com a assessoria de imprensa da FCA Fiat Chrysler Automóveis Brasil, que detém os direitos da marca Jeep no Brasil, e espera resposta.
Defeitos
Na ação, os autores pediram que seja realizada uma perícia judicial, com presença de engenheiros assistentes, com objetivo de verificar falhas de concepção de projeto e as causas desse modelo apresentar uma relação de mais de 20 vícios.
Entre os problemas apontados, estão aumento do curso de pedal de freio e gases no sistema de frenagem, o aumento da emissão de óxido de nitrogênio (Nox) acima do permitido pela legislação ambiental e barulhos frequentes na turbina do turbo, nos freios, no sistema ABS e no câmbio.
Ainda há reclamações quanto ao consumo médio de combustível do veículo e falhas recorrentes no sistema start-stop, na central de multimídia e na parte elétrica, como o disparo de sensores e pane elétrica com paralisação total do veículo, até mesmo em rodovias.
A ação também cita dois recalls feitos pela fabricante nos modelos a diesel do Compass que, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), podem ter alterado as configurações dos veículos de modo significativo e modificado as condições de dirigibilidade dos automóveis.
Em 2020, um inquérito do MPF e do MPMG foi instaurado para apurar porque a FCA não agiu para reparar danos materiais causados pelos veículos alvos de reclamações.
Conforme a ação, ao ser oficiada a enviar um laudo técnico sobre os problemas reclamados, a montadora respondeu que “não poderia apresentar laudo técnico específico devido à falta de identificação de quantos e quais os veículos exatamente teriam apresentado os supostos vícios e em que condições”.
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