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Inteligência artificial: executivo não vê modelo único – 15/04/2024 – Tec

A Microsoft e a OpenAI iniciaram no ano passado uma corrida maluca pela inteligência artificial (IA) generativa, sendo alcançados imediatamente pelo Google.

Desde então, as duas gigantes dominaram a tecnologia graças aos seus modelos mais potentes, enquanto a Amazon teve que se adaptar para continuar no jogo. Mas a rival vê o cenário de forma diferente.

“Com todo respeito, eu discordo”, disse, diretor da AWS — o serviço em nuvem da Amazon — em uma entrevista à AFP. “Não haverá um único modelo de IA generativa que domine sobre todos os outros”.

“Temos modelos grandes e pequenos, alguns muito rápidos, outros muito precisos. Os clientes precisam escolher para atender a diferentes necessidades”, acrescentou ao citar as qualidades dos diferentes modelos disponíveis na plataforma Bedrock da AWS, como a Claude da Anthropic, o Llama da Meta, a francesa Mistral AI e a aposta da Amazon, o Titan.

“Talvez outros provedores (da nuvem) não tenham uma grande seleção de modelos”, brincou o executivo.

No Vale do Silício, a inteligência artificial generativa — que inclui a produção de texto, imagens, linhas de código e sons com uma simples solicitação em linguagem coloquial — é considerada pronta para começar a revolucionar a maneira como as pessoas trabalham.

Especificamente, as empresas de serviços em nuvem, que armazenam os dados de organizações de todos os tamanhos, comercializam serviços de IA e agora hospedam os modelos necessários para essa nova tecnologia.

A Amazon, que é pioneira na nuvem e nas vendas online, domina a computação remota. No final de 2023, a AWS tinha 31% do mercado, de acordo com a Stocklytics.

“Continuar como líderes”

Atrás da multinacional americana, estão a Microsoft (24%, com o Azure) e o Google Cloud (11%), ambos ganhando terreno.

Graças aos quase US$ 13 bilhões (R$ 66,7 bilhões) investidos na OpenAI e suas novas ferramentas de IA generativa, a Microsoft “está liderando o caminho”, de acordo com o analista Dan Ives.

A gigante da computação e o Google competem no campo dos assistentes virtuais de IA para criação de conteúdo (e-mails, publicidade, etc.) e aplicativos.

A Amazon aparece mais discreta. Sua plataforma, AWS, é pouco conhecida pelo grande público, e sua assistente de voz, Alexa, ainda não mantém conversas como o ChatGPT.

“Mas nós fazemos IA há mais de 25 anos. Em 1998, no site de comércio eletrônico, chamava-se ‘personalização'”, enfatizou Selipsky.

“Temos milhares de especialistas em IA e rapidamente alguns deles se voltaram para a IA generativa”, especialmente para projetar os chips Trainium, que treinam modelos de IA, a plataforma Bedrock, lançada em outubro, e o Amazon Q, assistente de IA, acrescentou o diretor.

“Se seguirmos nossos planos e continuarmos sendo verdadeiramente criativos, acredito que continuaremos como líderes na nuvem”.

Líder da AWS desde 2021 — quando o ex-diretor Andy Jassy substituiu Jeff Bezos no comando da Amazon —, Selipsky gostaria que seus clientes e parceiros testemunhassem isso.

Entre os serviços está a Nvidia, estrela da IA generativa graças a processadores ultrassofisticados ou seu GPU. A empresa, sediada na Califórnia, “acabou de anunciar no palco, comigo, que está construindo um ‘supercomputador’ na AWS, com seus chips, para fazer sua própria pesquisa e desenvolvimento internos”, insistiu.

“Infalíveis”

A empresa de Seattle investiu US$ 4 bilhões (R$ 20,5 bilhões) na Anthropic, uma concorrente da OpenAI que também recebeu financiamento significativo do Google.

A startup usará a AWS e os microchips Trainium para “construir as futuras versões de seus modelos”, comemorou Adam Selipsky. “Eles vão nos ajudar a melhorar nossa tecnologia”.

Sobre as novas aplicações da IA generativa, Selipsky menciona principalmente exemplos de aumento de produtividade.

A empresa farmacêutica Pfizer, “que tem cerca de 20 projetos piloto de IA na AWS, estima que lançará (medicamentos) mais potentes, mais rapidamente e terá (até) um US$ 1 bilhão de economia anual graças à IA”, explicou.

Empresas, como as companhias aéreas, estão usando a nova tecnologia para criar chatbots que interagem com seus clientes. No entanto, não são infalíveis.

“As empresas nos dizem que os seres humanos também não são infalíveis”, observou Adam Selipsky. “E, em vários casos, os modelos são mais eficientes em termos de precisão e utilidade do que os agentes” humanos.

Segundo o diretor, as demissões na AWS não têm relação com a substituição de funcionários pela IA.

A plataforma de serviços da nuvem acabou de eliminar centenas de empregos, principalmente em vendas e marketing, para se concentrar em suas prioridades: a IA.

“A AWS tem milhares de ofertas de emprego”, afirmou. “Foi assim ontem e será assim amanhã”, concluiu Selipsky.

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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