Inteligência artificial e investimentos: uma combinação possível?
Luísa Pires, Expert em Criptomoedas e Tecnologia, nos conta como a IA pode ser usada a favor dos seus investimentos IF
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A inteligência artificial já é uma realidade e está sendo cada vez mais empregada em atividades do nosso dia a dia. Com o avanço da tecnologia, da potência da computação e das bases de dados disponíveis, muitos se questionam até onde a IA pode ir. Um dos casos mais discutidos atualmente é o uso desse recurso no mundo dos investimentos, onde a tomada de decisão é essencial. Será que a inteligência artificial pode ajudar as pessoas nesse processo? De que forma isso se daria? Há riscos envolvidos? Para responder a essas e outras perguntas, convidamos Luísa Pires, coordenadora de criptoativos e tecnologia da casa de análises Levante Investimentos. Confira!
1) Os mercados financeiros são, em geral, muito ligados à tecnologia. É recente a ligação desses mercados com a inteligência artificial?
Não. Porém, o que vemos é que nos últimos anos ela se alastrou mais rápido, com uma curva excepcional à medida que o uso se populariza, principalmente em estratégias quantitativas. Isso porque a quantidade de dados disponíveis aumentou de forma significativa, e é impossível um ser humano absorver toda essa quantidade de informações.
2) As decisões financeiras em geral e as de investimento em particular podem, de algum modo, se beneficiar do uso da inteligência artificial?
Sim. Os modelos criados com a ajuda desse recurso podem melhorar da performance à consolidação de dados.
3) Um investidor comum pode se valer, com segurança, de ferramentas como o Chat GPT, robôs e outros assistentes virtuais no mundo dos investimentos, quando o objetivo for ampliar seus ganhos ou identificar oportunidades?
Sim. Eles facilitam o processo de estudo, mas não substituem a capacidade do investidor de interpretar a psicologia e as dinâmicas dos ciclos de mercado.
4) No caso do mercado de renda variável, você acredita que há mais potencial no uso da inteligência artificial em estratégias de curto ou longo prazo?
De curto prazo. O mercado tem seu dinamismo e a inteligência artificial tem maior capacidade de leitura de dados. Tanto é que muitos fundos quantitativos fazem mais operações de day trade e swing trade (transações diárias ou de, no máximo, algumas poucas semanas).
Luísa Pires
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5) Quais os principais riscos de se usar a inteligência artificial na hora de tomar decisões financeiras? Há possibilidades de golpes ou fraudes?
Acredito que o maior risco é a má interpretação e a falta de contemplação de todos os dados. Sempre há riscos, mas entendo que podem ser reduzidos através da checagem das fontes.
6) Muito se fala sobre a substituição, no futuro, de parte do trabalho humano pela inteligência artificial. Na sua opinião, existem decisões no mundo das finanças que humanos tomam e que não poderiam ser tomadas por inteligência artificial? O contrário acontece?
Entendo que a capacidade intelectual do ser humano jamais será substituída. O que a inteligência artificial faz é complementar a tomada de decisão com uma maior rapidez e eficácia na consolidação dos dados, auxiliando o investidor. Entretanto, a recíproca é verdadeira, por diminuir o risco de tendências típicas dos seres humanos.
7) Em sua visão, as empresas do ramo financeiro já estão utilizando a inteligência artificial ao máximo em favor de seus clientes?
Acredito que ainda vamos chegar nesse patamar, mas entendo que estamos numa virada de chave frente às tecnologias do mundo, desde uma adoção maior por novos meios tecnológicos, como utilização de blockchain para otimizar processos, até utilização de inteligência artificial para tomar melhores decisões.
8) O mercado de capitais pode sofrer alterações do ponto de vista regulatório diante do surgimento de ferramentas que se valem de inteligência artificial? Você diria que nosso aparato regulatório está pronto para essa realidade?
Acredito que sim. Tanto é que o mercado já está se adaptando às regulamentações com base nas novas tecnologias que estão surgindo e verificação das bases desses dados. Então, eu acredito que temos um bom aparato regulatório no Brasil, que está resolvendo esses empecilhos de forma incisiva.
9) Quando pensamos no futuro, você vê a inteligência artificial sendo total ou parcialmente integrada ao processo de tomada de decisões dos agentes da economia?
Parcialmente. Sempre teremos variáveis psicológicas que não cabem em uma linha de códigos binários.
10) Por fim, para você, inteligência financeira é…
É coletar informações sobre os negócios financeiros das entidades de interesse, para entender sua natureza, suas capacidades e prever suas intenções.
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