IA vai acabar com a profissão de contador?
Com o avanço e inovações tecnológicas, em especial aquelas relacionadas à Inteligência Artificial (IA), o mercado de trabalho já apresenta algumas transformações. Será que a IA vai acabar com a profissão de contador?
Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, 23% dos postos atuais de trabalho serão modificados até o ano de 2025 e, entre as profissões que vão acabar por essas mudanças, segundo diversos estudos, está a do contador.
“Sempre que há uma pesquisa sobre o tema, o que vemos é o contador no topo da lista de funções que serão extintas. E, de fato, a tecnologia pode ser uma ameaça relevante para os contadores se o foco for o modelo tradicional de atuação desses profissionais”, afirma o sócio-diretor do Grupo IRKO, Sandro Parreira.
As novas plataformas já começaram a substituir o trabalho repetitivo feito pelos profissionais contábeis, a exemplo dos lançamentos contábeis.
“Em cinco anos, muitas das atividades que demandam grande tempo de execução vão desaparecer. Isso gera uma grande oportunidade para os contadores, que deixarão de apenas receber e processar dados e passarão a ser alguém que os transforma em informações relevantes para as companhias, esse é o futuro da contabilidade com a tecnologia”, explica Parreira.
IA vai acabar com a profissão de contador?
Essa transformação já vem acontecendo, liderada pelas empresas que oferecem os serviços de Business Process Outsourcing (BPO), ou seja, a terceirização das atividades contábeis, fiscais, tributárias e financeiras das companhias.
“A tecnologia ameaça o futuro da contabilidade no Brasil, com tarefas repetitivas e que não agregam valor ao cliente. No caso dos profissionais de BPO, contudo, o que ela faz é garantir um serviço mais ágil e de excelência, dando espaço para que o contador assuma um papel consultivo e ofereça uma visão estratégica do negócio para seus clientes”, diz ele.
Em um momento de desafios econômicos, como o atual, a terceirização do back office ganha ainda mais força.
Isso porque ajuda os gestores a se concentrarem em sua atividade-fim, contribuindo para reduzir os custos do empresário, bem como permitir a ele que conte com uma equipe experiente atuando em favor de seu negócio.
O impulso nas atividades do BPO se reflete em um momento positivo para a geração de empregos na contabilidade no país, na contramão das previsões.
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa) de 2010 a 2021 a taxa de emprego no BPO cresceu 149%, 11 vezes mais que a média nacional (13%). No mesmo período, o número de empresas no setor cresceu 55%.
“A demanda por nossos serviços segue aumentando, com as mudanças constantes de regulação no Brasil e a necessidade dos gestores de enxergarem seus balanços em detalhes para fazer uma gestão melhor de seus recursos”, afirma Parreira. “Por isso, não apenas não acreditamos no fim da profissão do contador, como apostamos em seu avanço. Só será extinto quem ficar parado no tempo.”
Fonte: Betini Comunicação – Veja a matéria original no R7