Gráficos mostram caminho do dinheiro de Apple e Nvidia – 19/04/2025 – Mercado

A receita que a Apple, empresa mais valiosa do mundo, obtém com serviços como Apple Pay e Music supera a soma de Macs, iPads e acessórios. A receita total da Tesla é próxima à da maior empresa brasileira, a Petrobras, cujo valor de mercado é de cerca de 11% daquela. A Amazon lucrou um décimo de sua receita de US$ 638 bilhões em 2024.

Com disputas judiciais e a guerra comercial entre Estados Unidos e China, este será um ano desafiador para as big techs, que podem depender da manufatura em território chinês, do mercado interno do país ou até se verem ameaçadas por tecnologias desenvolvidas por lá.

A adoção mais rápida da inteligência artificial e menos barreiras à chegada da ferramenta —após a DeepSeek, da China, ter surpreendido o mercado em janeiro com seu serviço de IA de baixo custo— podem representar uma ameaça de longo prazo às “magnificent seven” (Sete Magníficas, na tradução, como é chamado o grupo dos gigantes de tecnologia), segundo analistas do mercado.

Mas essas companhias continuam lucrando como nunca. São valores exorbitantes que, por conta da magnitude, costumam até passar despercebidos em balanços contábeis divulgados trimestralmente por empresas de capital aberto, negociadas em Bolsas.

Por exemplo, as receitas da Nvidia dispararam nos últimos dois anos com o boom da inteligência artificial, superando a casa dos US$ 100 bilhões. Para o caixa da Microsoft, a plataforma Azure já rende US$ 105 bilhões, 70% a mais que o Windows. O Google investiu quase US$ 50 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no último ano fiscal.

Veja em gráficos o caminho do dinheiro, das receitas até o lucro líquido, das chamadas “magnificent seven”, as sete grandes empresas de tecnologia dos EUA —Apple, Microsoft, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla. Juntas, elas valem cerca de US$ 15 trilhões.

AMAZON

Entre as sete empresas, a Amazon é a que tem maior receita: foram US$ 637,96 bilhões em 2024, com lucro líquido de cerca de 10% disso, de US$ 59,24 bilhões. A empresa fatura principalmente com vendas online e serviços para vendedores da plataforma (US$ 403 bilhões no total). Também se destaca a AWS, seu serviço de computação em nuvem, com US$ 107,55 bilhões. Nessa seara, a companhia anunciou um investimento de mais de US$ 100 bilhões em nuvem e inteligência artificial para este ano.

Na divisão regional, a América do Norte gerou US$ 387,49 bilhões, o resto do mundo, US$ 142,9 bilhões.

APPLE

No ano fiscal encerrado em setembro de 2024, semanas depois do lançamento do iPhone 16, a Apple registrou uma receita total de US$ 294,86 bilhões com seus produtos. Mais de US$ 201 bilhões vêm do smartphone, enquanto a soma de Macs, iPads e acessórios não chega a metade disso (US$ 93,67 bilhões). Outros US$ 96,16 bilhões vieram de serviços como Apple Pay, App Store, nuvem e streamings. Este segmento, que registra maior crescimento para a empresa nos últimos anos, tem a vantagem de ser mais rentável —o custo de produção de hardware bateu US$ 182,23 bilhões no ano passado.

ALPHABET

Receitas com publicidade na Busca continuam sendo o carro-chefe do caixa do Google, apesar dos esforços de diversificação da companhia. No ano passado, chegaram a US$ 198 bilhões, superando em mais de cinco vezes o retorno com anúncios no YouTube (US$ 36,14 bilhões). Também se destacam o gasto de US$ 49,32 bilhões com pesquisa e desenvolvimento e um lucro líquido de US$ 100 bilhões —o maior da lista.

Nesta semana, a Justiça dos EUA considerou que o Google construiu um monopólio da publicidade digital. A decisão pode obrigar a big tech a vender parte das companhias que controla, e abrir caminho para uma divisão do conglomerado.

MICROSOFT

A dona do Windows atualmente tem mais receitas com o serviço de computação em nuvem Azure, que disputa mercado com o AWS, da Amazon, e o Google Cloud. Foram US$ 105,36 bilhões em 2024, à frente de produtividade e negócios (Office e o LinkedIn) e computação pessoal (onde entram Windows e Xbox). Relatório para o ano fiscal de 2024, encerrado em 30 de junho, demonstra um investimento de US$ 29 bilhões com pesquisa e desenvolvimento e um lucro de US$ 88,13 bilhões.

META

Como no caso do Google, a fonte de receitas da dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, são os anúncios veiculados nos aplicativos. No ano passado, o segmento rendeu US$ 160,6 bilhões, quase a receita total da empresa, de US$ 164,5 bilhões. A empresa também investe em peso em P&D, com US$ 43,8 bilhões em 2024. No entanto, seu Reality Labs, divisão voltada a pesquisas com realidade virtual, registrou um prejuízo operacional de US$ 17,7 bilhões, enquanto os apps lucraram US$ 87,1 bilhões.

NVIDIA

Beneficiada pela corrida da inteligência artificial, em 2024 a Nvidia chegou a ser a empresa mais valiosa do mundo e teve a maior receita da sua história. Os resultados referentes ao ano fiscal que terminou em 26 de janeiro deste ano foram impulsionados por GPUs (unidades de processamento gráfico) e serviços que alimentam data centers que alimentam IAs, com as receitas chegando a US$ 130,5 bilhões. O segmento de games, pelo qual a empresa era conhecida até poucos anos atrás, foi responsável por apenas US$ 11,4 bilhões.

TESLA

A montadora de carros elétricos de Elon Musk, além dos Model 3 e Y, também aufere receitas com negócios e geração de energia e serviços de recarga, embora ainda representem uma pequena parcela da receita total. Em 2024, os veículos renderam US$ 77 bilhões à empresa, mas o alto custo de produção levou o lucro líquido a US$ 7,1 bilhões.

Neste ano, a companhia vem enfrentando queda de vendas e protestos pela ligação de seu dono com o governo de Donald Trump.

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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