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Fundo americano pró-IA vai doar a candidatos
O fundo americano Andreessen Horowitz, um dos principais do mundo em investimentos em startups, disse que vai começar a fazer doações para políticos.
O critério: o candidato tem de apoiar “um futuro otimista habilitado pela tecnologia” e evitar “uma política regulatória equivocada”.
O anúncio foi feito pelo fundador Ben Horowitz. Ele vem pouco tempo depois de um manifesto em que seu sócio Marc Andreessen diz ser uma mentira que a tecnologia destrói empregos e aumenta a desigualdade.
Por que importa: doações de bilionários do setor de tecnologia a políticos não são incomuns, mas de empresas, sim.
O anúncio da a16z (como o fundo também é chamado) vem em meio a uma disputa entre duas ideologias acerca do avanço da IA (inteligência artificial):
↳ Os que defendem que a ferramenta não deve ser freada e que ela irá trazer grandes benefícios para a humanidade –a a16z é uma das principais financiadoras de startups da área, entre elas a do brasileiro Daniel de Freitas.
↳ E aqueles que pregam um avanço mais lento e moderado da tecnologia, porque ela pode, no futuro, gerar riscos para a existência humana.
O duelo também esteve no centro da grande polêmica recente do setor, o vaivém de Sam Altman como CEO da OpenAI, a dona do ChatGPT.
Enquanto ele apoia a evolução rápida da IA, a maior parte do conselho que o demitiu e depois teve que renunciar era ligada ao movimento de desenvolvimento moderado da ferramenta.
O que diz a Andreessen Horowitz:
- “A IA tem o potencial de levar toda a humanidade a uma qualidade de vida sem precedentes e não deve ser sufocada em sua infância”;
- “Nosso regime regulatório e processos são construídos com base em um modelo de tecnologias rudimentares da era da revolução industrial”;
- “Corremos o risco de prejudicar muito mais pessoas do que salvamos com nossas medidas de ‘segurança’ “;
- “Cada centavo que doarmos será destinado a candidatos com ideias semelhantes [às nossas] e se opor a quem visa prejudicar o futuro tecnológico avançado dos EUA”.
Bolsa no topo
A Bolsa brasileira fechou em sua máxima histórica em valores nominais nesta quinta, quando subiu 1,06% e atingiu 130.842 pontos.
O que explica: a alta recente vem após o presidente do Fed (BC americano), Jerome Powell, reforçar o sentimento do mercado de que o ciclo de alta de juros nos EUA acabou.
↳ O bom humor entre os investidores aumentou quando ele disse que já há discussões entre os membros do comitê sobre o início do corte da taxa –eles calculam três baixas de 0,25 ponto cada uma para 2024.
↳ Expectativa por menos juros nos EUA significa maior apetite a risco dos investidores, que sacam recursos dos títulos do Tesouro americano para buscar maiores retornos. O cenário beneficia a Bolsa e moedas de países tidos como mais arriscados, como o Brasil.
Nos EUA, o Dow Jones também atingiu seu recorde histórico, enquanto o S&P 500, principal índice acionário americano, está no maior nível desde janeiro de 2022.
No ano, o Ibovespa registra alta de 19,23%. Além do exterior, também ajudaram o índice em 2023 o andamento da pauta econômica do governo no Congresso e o crescimento da economia acima do esperado acompanhado de inflação baixa.
Sim, mas…Apesar de a Bolsa ter atingido um recorde nominal, ela ainda está longe do seu topo histórico quando consideramos os valores reais, reajustados pela inflação, conforme cálculos da Economatica.
- O pico do Ibovespa foi de 177.098 pontos, quando corrigido pelo IPCA atual, e de 212.305 pontos quando corrigido pelo IGP-M, ambos atingidos em maio de 2008, antes da crise financeira do subprime.