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Europa abre investigação contra Instagram e Facebook – 30/04/2024 – Tec

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, abriu nesta terça-feira (30) uma investigação sobre o Instagram e o Facebook, que são suspeitas de não respeitarem compromissos no combate à desinformação.

Vários líderes políticos manifestaram preocupação com uma possível influência da Rússia sobre as opiniões dos cidadãos europeus.

“Esta Comissão criou as ferramentas para proteger os cidadãos da desinformação e da manipulação por parte de países terceiros”, afirmou a presidente da instituição, Ursula von der Leyen.

“Se suspeitamos de violação das regras, agimos. É sempre assim, mas especialmente em períodos eleitorais”, acrescentou.

Esta é a quinta investigação oficial lançada pela Comissão Europeia no âmbito da nova lei que regulamenta serviços digitais para combater conteúdos e produtos ilegais.

“Iniciamos esta investigação contra a Meta para garantir que sejam tomadas medidas eficazes, especialmente para evitar que as vulnerabilidades do Instagram e do Facebook sejam exploradas por interferências estrangeiras”, declarou o comissário europeu para o mercado interno, Thierry Breton.

Na opinião da União Europeia, a Meta modera a publicidade de forma “insuficiente” e critica a divulgação de anúncios que representam um risco para os processos eleitorais, fazendo especial referência às “campanhas publicitárias relacionadas com a manipulação de informação vinda do exterior”.

A Meta não reagiu diretamente ao anúncio da nova investigação.

“Temos um processo bem estabelecido para identificar e mitigar riscos nas nossas plataformas. Esperamos continuar a nossa cooperação com a Comissão Europeia e fornecer-lhes mais detalhes sobre este trabalho”, respondeu um porta-voz.

As autoridades europeias criticam ainda o fato de a Meta reduzir a visibilidade de conteúdos políticos nos sistemas de recomendação do Instagram e do Facebook, prática contrária às obrigações de transparência da nova lei.

Além disso, a Comissão suspeita que o mecanismo estabelecido pela Meta para permitir aos usuários denunciar conteúdos ilegais não cumpre a legislação.

Bruxelas critica ainda a intenção da Meta de eliminar a ferramenta CrowdTangle, usada para detectar um aumento de acessos em posts da rede social. A Meta anunciou no início de abril que a ferramenta não estaria disponível a partir de 14 de agosto.

Muitos investigadores e jornalistas utilizam o CrowdTangle para acompanhar em tempo real a propagação de teorias da conspiração, incitamentos à violência ou campanhas de manipulação iniciadas a partir do exterior.

“Após as eleições europeias, que acontecerão de 6 a 9 de junho de 2024, e de outra série de eleições que acontecerão nos estados-membros”, esta eliminação poderá reduzir a capacidades de monitoramento da desinformação, afirmou a Comissão.

As autoridades também pediram à Meta que informe, no prazo de cinco dias, sobre as “medidas corretivas” tomadas para garantir o controle público dos conteúdos divulgados, sob pena de possíveis sanções.

Possíveis sanções

A Comissão já tem quatro outras investigações sobre poderosas plataformas digitais como o X (antigo Twitter), TikTok, os serviços da Meta, Apple, Google, Microsoft e Amazon.

A primeira investigação já mencionava riscos relacionados com a desinformação. Eles foi instaurada no dia 18 de dezembro contra a rede social X por supostas deficiências na moderação e transparência de conteúdo.

Outras duas visam o TikTok, sendo que uma delas levou o aplicativo da empresa chinesa ByteDance a suspender uma funcionalidade controversa, que recompensa os usuários pelo tempo que passam em frente às telas. Suspeita-se que esta função possa criar riscos de dependência em adolescentes.

No início de março, foi iniciada outra investigação contra a gigante chinesa do comércio eletrônico AliExpress, uma subsidiária da Alibaba, suspeita de não combater suficientemente a venda de produtos perigosos, como medicamentos falsificados.

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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