Celular emite radiação? Veja se há riscos ao dormir perto do aparelho

Ao redor do mundo, diversos órgãos se dedicam ao estudo sobre o tema. O FDA, agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa no Brasil, por exemplo, indica em seu portal oficial que “dados de saúde pública não mostram nenhuma associação entre a exposição à energia de radiofrequência proveniente do uso de telefones celulares e problemas de saúde”. Segundo o FDA, o único efeito “consistentemente reconhecido” da radiação dos celulares nos humanos é o aquecimento de tecidos, ou seja, o aumento da temperatura da pele provocado pelo aquecimento do próprio aparelho.
O peso de quase 30 anos de provas científicas não associou a exposição à energia de radiofrequência proveniente da utilização de celulares a problemas de saúde, como o câncer. FDA
Em agosto de 2024, foi publicado um estudo encomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o assunto. A pesquisa indica que o uso de telefones celulares não tem ligação direta com cânceres de pescoço, cérebro ou em outras partes da cabeça. Conduzida pela Agência Australiana de Proteção contra Radiação e Segurança Nuclear (Arpansa, na sigla em inglês), a pesquisa analisou dados de mais de 5.000 estudos anteriores sobre o tema, em busca de um resultado mais robusto.
Na ocasião, não foi encontrada associação entre o desenvolvimento de câncer em usuários de celulares de longo prazo (mais de 10 anos). Também não foi identificada nenhuma relação entre a incidência de câncer com a quantidade de horas por dia que a pessoa passa no celular.
Contudo, o artigo frisa que, no caso de tumores cerebrais em crianças, as evidências “devem ser interpretadas com cuidado, devido ao baixo número de estudos existentes”. Os pesquisadores não descartaram de maneira definitiva que a exposição ao telefone possa afetar crianças justamente pela falta de pesquisas voltadas ao uso de celulares pelo público infantil.