Dólar e Ibovespa operam em baixa, à espera de dados de emprego nos EUA e decisão de juros na Europa
Na sexta-feira, o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira recuou 0,87%, aos 129.020 pontos. Já a moeda norte-americana avançou 0,06%, cotada a R$ 4,9724. Notas de 1 dólar
Rafael Holanda/g1
O dólar opera em baixa nesta segunda-feira (4), iniciando uma semana de agenda fraca no Brasil, mas bem movimentada no exterior.
Nos próximos dias, os Estados Unidos divulgam dados de emprego, que são muito aguardados para entender os impactos dos juros altos na economia, e o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) discursa no Congresso. Na Europa, o Banco Central Europeu (BC) anuncia sua nova taxa de juros na quinta-feira (7).
Enquanto investidores aguardam pelas divulgações, os mercados globais operam com volatilidade, com as ações mais sensíveis aos juros caindo, enquanto setores que se beneficiam da inteligência artificial ganham força.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 15h29, o dólar caía 0,19%, cotado a R$ 4,9455. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira (1), a moeda norte-americana caiu 0,36%, cotada a R$ 4,9547.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,40% na semana;
alta de 0,71% no mês;
avanço de 2,47% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,54%, aos 128.478 pontos.
Na sexta, o índice subiu 0,12%, aos 129.180 pontos.
Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumulou:
queda de 0,31% na semana;
alta de 0,99% no mês;
recuo de 3,85% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
A semana começa mais parada, apenas com alguns dados de confiança dos investidores na Europa. Os próximos dias, no entanto, devem ser agitados, sobretudo com os números do mercado de trabalho norte-americano.
Na quarta-feira (6), sai o relatório ADP, com números dos empregos privados nos Estados Unidos, e na sexta (8) tem o payroll, o mais importante relatório do mercado de trabalho do país.
Esses dados são observados com atenção, principalmente em um momento em que as taxas de juros americanas já estão os maiores patamares em décadas — entre 5,25% e 5,50% ao ano. Isso porque um mercado de trabalho ainda muito aquecido pode continuar gerando pressão inflacionária sobre a economia.
Por outro lado, se os números vierem abaixo do esperado ou mostrarem uma desaceleração da geração de empregos, é sinal de que as taxas elevadas estão pressionando a economia e isso pode servir de incentivo para que o Fed inicie seu ciclo de corte nos juros em breve.
Nesta segunda-feira (4), o presidente da distrital do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que a instituição não está sob pressão urgente para cortar as taxas de juros dos EUA.
“Preciso ver mais progresso para me sentir totalmente confiante de que a inflação está em um caminho seguro para atingir a média de 2% ao longo do tempo”, afirmou.
Ainda no cenário de juros, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve falar no Congresso americano na quarta e quinta-feira (7). Investidores aguardam o discurso, à espera de mais sinalizações sobre quando os cortes nas taxas devem começar.
Na Europa, o BCE anuncia sua decisão sobre as taxas de juros também na quinta-feira. A expectativa é que a instituição mantenha os juros no nível recorde de 4%, mas é provável que reduza sua perspectiva para a inflação, em um aceno para eventuais cortes.
Hoje, saiu o resultado do índice Sentix, que mede a confiança dos investidores, para a zona do euro. O resultado permanece em território negativo, mas mostra uma melhora: subiu de -12,9 em fevereiro para -10,5 em março.
E em meio às incertezas, os mercados operam sem uma direção única. Por um lado, as ações mais sensíveis a juros, como as do setor imobiliário e recursos básicos, operam em baixa. Os índices desses setores nas bolsas europeias caíam cerca de 0,7% durante a manhã.
Já o índice de tecnologia, que tem acompanhado o rali global das ações de inteligência artificial, subia 1,1%.
*Com informações da agência de notícias Reuters
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