fbpx

Briga de egos e surpresa: tudo que se sabe sobre a caótica demissão do chefe da OpenAI – Notícias

Briga de egos e surpresa: tudo que se sabe sobre a caótica demissão do chefe da OpenAI - Notícias


A crise estranha na direção da OpenAI, criadora do ChatGPT e considerada líder no desenvolvimento de inteligência artificial, fez muitos se perguntarem sobre o futuro da IA e o que exatamente está ocorrendo na startup. Na sexta-feira (17), o blog da empresa anunciou a demissão de seu CEO e fundador, Sam Altman, por “falta de sinceridade nas suas comunicações”, uma decisão que pegou todos de surpresa.



A expulsão abrupta de um executivo-chefe é algo estranho no vale do Silício nas últimas décadas e fez alguns relembrarem a demissão de Steve Jobs da Apple, em 1985. O que se seguiu foi uma sequência de eventos fora de controle que mais parece roteiro de série de TV.


• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp

• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp

• Compartilhe esta notícia pelo Telegram

• Assine a newsletter R7 em Ponto


O caso revelou ainda a estranha estrutura de controle e direção da OpenAI, dividida entre o lucro e um desenvolvimento benéfico de IA. Foi justamente uma luta entre defensores desses dois futuros para a empresa que aparentemente causou a crise da demissão de Altman.


Guerra de egos


Segundo a imprensa americana, a demissão de Altman foi causada por uma disputa de egos dentro do pequeno conselho da OpenAI, formado por seis integrantes.



Parte deles — Greg Brockman e o próprio Altman — acreditava no crescimento rápido da empresa, enquanto os outros esperavam um desenvolvimento seguro das ferramentas de inteligência artificial, algo descrito na missão da empresa, de “promover a inteligência digital da forma que tivesse maior probabilidade de beneficiar a humanidade como um todo”.



O segundo grupo é liderado pelo cientista Ilya Sutskever, um dos primeiros desenvolvedores da OpenAI, que se mostrou preocupado com as negociações de Altman com fundos de investimento do Oriente Médio e com o SoftBank — conhecidos por pressionar empresas a obterem lucros rápidos.


Foi esse dinheiro farto — apenas a Microsoft investiu US$ 13 bilhões (R$ 64 bilhões, na cotação atual) — que atraiu preocupações de que as ferramentas da empresa do grupo de cientistas presente no conselho da empresa.


Mas Altman e Brockman, aliados e fundadores da empresa, argumentaram que o dinheiro era necessário, uma vez que o ChatGPT exige um poder de processamento imenso e caríssimo para funcionar, principalmente com a quantidade gigantesca de usuários do serviço.


De acordo com a Bloomberg, ao perceber que poderia perder poder, Altman tentou diminuir o papel de Sutskever dentro da empresa. Mas Sutskever conquistou o restante do conselho para o lado dele, e assim conseguir a destituição do CEO, logo seguida pelo pedido de demissão de Brockman.


Na rede social X, Brockman afirmou que tudo ocorreu de última hora, com reuniões marcadas pelo serviço de videochamadas Meet. Por sua vez, Sutskever “lamentou profundamente” a participação dele no caos gerado pelo conselho e disse que nunca teve a intenção de prejudicar a OpenAI.


Estrutura única


Um golpe administrativo do tipo é muito raro no vale do Silício, com empresas capazes de atrair (e perder) montanhas gigantescas de dinheiro. Para salvaguardar o dinheiro, investidores conseguem assentos nos conselhos administrativos e garantem que terão poder sobre decisões futuras. Mas esse não é o caso da OpenAI.


A OpenAI nasceu como uma organização sem fins lucrativos, em 2015, mas em 2019 adotou um “modelo de lucro limitado”. Deixando o juridiquês de lado, é importante ressaltar que a mudança foi uma forma de atrair injeções maiores de dinheiro, de fundos de investimentos privado e corporações gigantescas, como a Microsoft.


Mas o novo modelo manteve o pequeno conselho de administração no poder, já que a organização sem fins lucrativos detém 51% do controle acionário. Em outras palavras, cientistas e diretores comandam a empresa e tomam as decisões importantes, em vez dos maiores acionistas, como ocorre na imensa maioria das empresas de tecnologia.



É exatamente por isso que a Microsoft, dona de 49% da empresa, soube da demissão de Altman quase ao mesmo tempo em que o público geral, conforme a imprensa americana. Segundo a Bloomberg, o presidente da Microsoft, Satya Nadella, “ficou furioso” ao saber da demissão do CEO.


O que acontece a seguir?


A demissão de um líder carismático nunca é simples, e o futuro da OpenAI parece menos glorioso agora. Imediatamente após a demissão, a Microsoft anunciou a contratação de Sam Altman e Greg Brockman para “liderar uma nova equipe de pesquisas avançadas de IA”.


Ao mesmo tempo, três engenheiros seniores pediram demissão da empresa, e 505 dos 700 funcionários teriam ameaçado fazer o mesmo e se juntar à Microsoft, caso Altman e Brockman não sejam reintegrados.


Segundo uma carta divulgada por eles, a fabricante do Windows “garantiu que há vagas para todos os funcionários da OpenAI” caso decidam ir para lá.


Até o momento, as negociações para o retorno de Sam Altman ao cargo permanecem, segundo a Bloomberg, o que pode evitar uma crise mais profunda e definitiva na desenvolvedora de inteligência artificial.


O CEO interino da OpenAI, Emmett Shear (ex-chefe da Twitch), disse a pessoas próximas à empresa que não planeja permanecer se o conselho não puder anunciar claramente o motivo da demissão de Altman.


Inteligência artificial e equipamentos de ponta podem acelerar a construção de edifícios




Veja a matéria original no R7

Veja mais em

You may also like...

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.