Casos Glauber Braga e Rodrigo Manga mobilizam redes – 14/04/2025 – Encaminhado com Frequência

Duas diferentes estratégias de comunicação ganharam destaque ao longo da última semana. Segundo o monitoramento de mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp e Telegram realizado pela Palver, a movimentação em torno da possível cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL) e a operação da Polícia Federal contra o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), protagonizaram o debate nas redes sociais.

Na última quarta-feira (9), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou o relatório que recomenda a cassação do mandato de Glauber por quebra de decoro parlamentar. Em abril de 2024, ele expulsou da Câmara, com um chute, o membro do MBL (Movimento Brasil Livre) Gabriel Costenaro.

A estratégia de comunicação adotada pelo congressista e pelo seu partido tem sido de ativar a base militante para que saia em defesa do deputado em torno da campanha “Glauber fica”. Além disso, o congressista anunciou uma greve de fome. A movimentação foi verificada no monitoramento da Palver através de vídeos e imagens sendo compartilhadas nos grupos de esquerda em apoio a Glauber.

Os grupos de direita aproveitaram o engajamento do assunto e ironizaram aquilo que chamaram de hipocrisia da esquerda. Em vídeos que circularam nos grupos de mensageria, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL), que é casada com Glauber, é acusada de hipocrisia por ter defendido a cassação de Carla Zambelli (PL) e agora defender que ele seja poupado.

No vídeo, deixa-se subentendido que a motivação pelo processo de cassação de Glauber e de Zambelli seja similar. A tentativa de promover uma falsa equivalência é bastante utilizada nas redes sociais para despertar o sentimento de injustiça, principalmente entre as pessoas que não possuem informações suficientes para pontuar as diferenças contextuais.

Outro caso que repercutiu nas redes sociais foi a operação da Polícia Federal contra o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), na última quinta-feira (10). Manga apostou nos vídeos preparados para as redes sociais, principalmente Instagram e TikTok, nas quais o prefeito possui 3 milhões de seguidores.

Um fato interessante é que, nos grupos de mensageria, uma ala da direita iniciou uma tentativa de criar uma “vacina” para a possibilidade de Manga se tornar um peso reputacional, seja por conta de eventuais condenações ou de rompimento com o bolsonarismo por conta de decisões políticas.

Através de vídeos disparados em grupos da direita, Manga é acusado de ser um “esquerdista” e pró-Lula. Com sua imagem ao lado do presidente Lula por conta de entregas realizadas, a narração do vídeo tenta associar a imagem do prefeito com a de um possível infiltrado da esquerda no bolsonarismo, mas, como sugere a narração, “não engana”.

Há, também, uma parte da direita que defende o prefeito, argumentando que ele é um perseguido político e que só está sofrendo a operação por ter anunciado a pré-candidatura à presidência da República, ignorando o fato de a investigação ter se iniciado em 2022. A esquerda também explorou bastante o caso nas redes, principalmente por conta de sua ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando-o de “Manga podre”.

Tanto o caso de Glauber Braga como o de Rodrigo Manga conseguiram atrair engajamento da direita e esquerda, aumentando a repercussão nas redes sociais. No caso de Glauber, a ativação da militância e dos congressistas em torno do mote “Glauber fica”. Já na situação de Manga, a criatividade e exploração dos algoritmos nas redes sociais.


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Visto primeiro na Folha de São Paulo

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