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Caso Americanas: CVM abre quatro novos processos para apurar irregularidades e denúncias

Caso Americanas: CVM abre inquéritos para apurar se houve fraude e acesso a informações privilegiadas


Autarquia já tem dez processos e dois inquéritos abertos relacionados ao caso da varejista. Americanas é um dos principais varejistas do país
Reuters
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia responsável pela regulação do mercado de capitais no Brasil, anunciou nesta quarta-feira (8) a abertura de quatro novos processos administrativos sobre o caso Americanas.
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O objetivo é apurar denúncias não especificadas recebidas pelos canais de atendimento da CVM e eventuais irregularidades na atuação das auditorias independentes PricewaterhouseCoopers e KPMG.
Com as novas apurações, a CVM agora tem 10 processos administrativos em curso relacionadas ao caso da varejista, além de dois inquéritos para investigar possível uso de informação privilegiada e indícios de fraudes contábeis de R$ 20 bilhões.
Segundo a autarquia, caso venham a ser formalmente caracterizadas infrações relacionadas aos novos processos, “cada um dos eventuais responsáveis será devidamente responsabilizado com a aplicação e o rigor da lei e na extensão que lhe for aplicável”.
“No âmbito de sua esfera de competência, a CVM não tolerará ilícitos que atentem contra a higidez e o adequado funcionamento do mercado de capitais”, diz a entidade em nota.
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Processos anteriores
No dia 19 de janeiro, a autarquia havia ampliado o número de processos para apuração do caso da varejista.
Na ocasião, a CVM também anunciou uma força-tarefa composta por diversas superintendências, entre elas a de Relações com Empresas (SEP) e a de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI).
Os primeiros processos administrativos da CVM apuram:
eventuais irregularidades envolvendo informações contábeis;
eventuais irregularidades na divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados;
eventuais irregularidades nas negociações com ativos de emissão da companhia;
denúncias recebidas pelos canais de atendimento da CVM;
a conduta da companhia, acionistas de referência e administradores;
a atuação de intermediários no processo de ofertas públicas envolvendo ativos da companhia;
a atuação das agências de classificação de risco de crédito em relação à Americanas.
A autarquia também afirmou que tem o apoio da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), além de estar “em constante diálogo com a Advocacia-Geral da União, notadamente a PRF2, a fim de coordenar eventual atuação conjunta em juízo”.
Entenda o caso
O escândalo contábil da Americanas começou após a empresa informar que havia descoberto “inconsistências em lançamentos contábeis” no valor de R$ 20 bilhões.
O então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, decidiram deixar a companhia menos de dez dias após serem empossados.
Com o anúncio, a companhia viu as ações derreterem na bolsa de valores brasileira, perdendo mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias. Veja a cronologia dos fatos.
No final de janeiro, a varejista enviou um documento à Justiça no qual aponta que o valor total de suas dívidas soma R$ 43 bilhões, devidos a cerca de 16,3 mil credores.

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