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Censo: IBGE faz força-tarefa e identifica mais 31 mil pessoas vivendo na Terra Yanomami


Número inclui 26,8 mil entrevistados e outros 5 mil identificados por helicópteros. Total de pessoas vivendo na terra indígena deve ultrapassar os 66 mil; dados precisos ainda serão divulgados. Equipes de recenseadores do IBGE durante coleta na Terra Indígena Yanomami
Lucas Wilame/Rede Amazônica
O Ministério do Planejamento e Orçamento informou que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluiu a coleta de dados para o Censo Demográfico junto aos moradores da Terra Indígena Yanomami.
Segundo o governo, esse esforço adicional permitiu contabilizar mais de 31 mil pessoas adicionais em relação ao levantamento que já tinha sido feito durante a coleta nacional.
Um cálculo preliminar do IBGE indica que esses 31 mil moradores da terra indígena correspondem a 47% da população Yanomami – um contingente que vive em áreas mais remotas do território.
Essa porcentagem indica que, ao todo, a Terra Indígena Yanomami abriga cerca de 66 mil indígenas. Os dados precisos, segundo o governo, serão apresentados na divulgação completa do Censo.
(CORREÇÃO: o g1 afirmou inicialmente que os 31 mil eram a totalidade dos habitantes da Terra Indígena Yanomami. Na verdade, o número corresponde a essa segunda etapa de coleta de dados. A informação foi corrigida às 14h09.)
A coleta foi concluída nesta quinta-feira (30). Nesta sexta (31), os supervisores e recenseadores do IBGE deixam a base de Surucucu, mantida pelas Forças Armadas, de onde saíam em voos de helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para coletar os dados censitários nas aldeias.
A operação durou 23 dias e envolveu uma força-tarefa do governo federal para garantir que o máximo possível de indígenas Yanomami fossem recenseados.
Segundo dados informados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, foram entrevistados 16.560 Yanomami em aldeias dentro do território de Roraima e outros 10.294 em aldeias localizadas no Amazonas.
A operação identificou ainda mais de 5 mil indígenas vivendo na Terra Yanomami. Porém, esses mais de 5 mil não têm contato direto com pessoas de fora e, por isso, foram contados de helicóptero, mas não entrevistados pelos recenseadores do IBGE.
Há dois meses, o governo declarou emergência em saúde pública no território Yanomami, onde indígenas atravessam uma crise sanitária. Uma das causas do problema é o avanço do garimpo ilegal na localidade.
Recenseadores do IBGE na comunidade indígena Xerimihik, na Terra Indígena Yanomami.
Yara Ramalho/g1 RR
Conclusão do Censo
Desde 1º de março, o IBGE conduz a etapa de apuração do Censo, concluído no dia anterior. Durante esse período, que se prolongará até o fim de abril, demógrafos verificam os dados coletados no país. Em alguns casos, há retornos a campo para checar as informações.
Foi durante essa etapa de revisão dos dados que o IBGE foi a campo para concluir o Censo na terra Yanomami, já que muitos indígenas vivem em áreas de difícil acesso e somente 53% haviam sido recenseados durante o trabalho regular do Censo.
Agora, resta concluir o levantamento final dos moradores vivendo em favelas brasileiras. A força-tarefa envolve o governo federal e a Central Única de Favelas e o Data Favela.
Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, a apuração do Censo e as ações finais de coleta de dados serão concluídas até o fim de abril.
Os dados preliminares da pesquisa serão anunciados pelo IBGE em 4 de maio.

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