Empresa terá que suspender pagamento em troca de escaneamento de íris
A CGF (Coordenação-Geral de Fiscalização) do órgão também classificou como grave a coleta de dados. “Considerando o uso de dados pessoais sensíveis e a impossibilidade de excluir os dados biométricos coletados, além da irreversibilidade da revogação do consentimento”, diz um trecho do comunicado.
Segundo a nota, a suspensão começa a valer neste sábado (25). Procurada pelo UOL, a rede World, responsável pela TFH, disse que está em conformidade com as leis e regulamentos brasileiros.
“Relatos imprecisos recentes e atividades nas mídias sociais resultaram em informações falsas para a ANPD”, diz a companhia. “Estamos em contato com a ANPD e confiantes de que podemos trabalhar com o órgão para garantir a capacidade contínua de todos os brasileiros de participarem totalmente da rede World. Estamos comprometidos em continuar a oferecer este importante serviço a todos os brasileiros”, conclui o comunicado.
Entenda a tecnologia
A TFH é responsável por um dispositivo chamado Orb, que faz a coleta de dados da íris das pessoas. A ideia da empresa é desenvolver um sistema único de verificação humana conhecido como WorldID. Como contrapartida, quem cede as informações ganha uma criptomoeda – há relatos de pessoas que conseguiram sacar até R$ 700, mas não há um valor fixo.
Como o UOL noticiou, a ANPD havia pedido detalhes à empresa sobre a coleta de dados. A TFH informou à autarquia que cria “ferramentas que as pessoas precisam para se preparar para era de IA, ao mesmo tempo preservando a privacidade individual”. Em comunicado, a empresa citou que está em regularidade com a LGPD, usa “os mais altos padrões de privacidade e segurança” e está à disposição para prestar esclarecimentos.