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Amazon pausa entrega por drones no EUA – 20/01/2025 – Tec

A Amazon.com está pausando todas as entregas comerciais por drones após dois de seus modelos mais recentes caírem durante testes sob clima chuvoso.

A empresa anunciou na sexta-feira que estava suspendendo imediatamente as entregas por drones no Texas e no Arizona para corrigir o software das aeronaves.

É o mais recente revés para um programa que avança lentamente em direção a um serviço comercial amplo, mais de 11 anos após o fundador da Amazon, Jeff Bezos, anunciar uma iniciativa para construir drones capazes de entregar produtos aos clientes em menos de meia hora.

Em um incidente de dezembro que ainda não havia sido relatado, dois drones MK30 caíram durante voos no aeroporto de Pendleton, Oregon, que a Amazon usa para testes, com um deles pegando fogo no solo.

A empresa descobriu posteriormente que um problema de software foi o culpado, relacionado à chuva leve pela qual as aeronaves passaram na época. Um porta-voz da Amazon disse que as quedas não foram a “principal razão” para a pausa, mas se recusou a detalhar outros problemas que o software pretende corrigir.

Os drones MK30, autorizados a iniciar operações pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla e, inglês)) em outubro, estavam entregando pacotes nas casas dos clientes em College Station, Texas, e Tolleson, Arizona, um subúrbio próximo a Phoenix. A máquina de seis hélices foi projetada para ser mais leve e silenciosa que sua antecessora, a MK27-2, e voar em chuva leve.

“Estamos atualmente no processo de fazer alterações no software do drone e vamos pausar voluntariamente nossas operações comerciais”, disse o porta-voz da Amazon, Sam Stephenson, em um comunicado após a Bloomberg perguntar sobre as quedas recentes.

As entregas serão retomadas assim que as atualizações forem concluídas e aprovadas pela FAA, disse Stephenson. Os funcionários nos locais dos drones, que foram informados da ação na sexta-feira, continuarão a ser pagos durante a pausa.

“A segurança é a base de tudo o que fazemos no Prime Air e nosso drone MK30 é seguro e está em conformidade”, acrescentou Stephenson. “Ele é projetado para responder com segurança a eventos desconhecidos de uma maneira conhecida, e a arquitetura geral do drone tem funcionado conforme o esperado.”

Após a publicação desta história, Stephenson disse em um email que os drones da Amazon continuaram a entregar com segurança e dentro das diretrizes federais entre as quedas de dezembro e a paralisação de sexta-feira. Ele não especificou quais outros problemas a empresa estava buscando resolver.

A operação de drones da Amazon, chamada Prime Air, permanece pequena —as entregas por enquanto estão limitadas a testes restritos no Arizona e no Texas— mas visa entregar cerca de 500 milhões de pacotes por ano até o final da década.

A unidade alcançou um marco regulatório importante nos EUA no ano passado, recebendo autorização da FAA para voar suas aeronaves. Um local de teste na Califórnia foi fechado no ano passado.

No mês passado, a empresa completou seu primeiro voo de teste na Itália e pretende lançar um serviço mais amplo este ano. A empresa também está buscando autorização para começar a fazer entregas no Reino Unido.

Durante outro episódio anteriormente não relatado, no início de setembro, duas aeronaves colidiram em um aparente caso de erro do operador. A empresa estava testando como o MK30 se comportaria se uma das hélices do veículo falhasse, de acordo com um relato da FAA sobre o incidente.

Os operadores lançaram um drone no campo de testes de Pendleton, fizeram-no completar uma entrega simulada e então acionaram uma falha planejada do motor. O drone começou a voar para uma plataforma de pouso alternativa.

Mas os operadores da Amazon lançaram outro voo de teste por engano enquanto o primeiro ainda estava a caminho da plataforma. O segundo drone, programado para sofrer sua própria falha de motor durante sua ascensão inicial, começou a voar para a mesma plataforma de pouso alternativa.

Um gerente da Amazon no local reconheceu o som da segunda falha do motor e gritou uma ordem para o operador pousar a segunda aeronave, disse o relato da FAA. Alguém transmitiu o comando ao piloto designado, que estava monitorando ambas as aeronaves. Era tarde demais. Os drones colidiram a cerca de 40 metros acima da plataforma de pouso alternativa, suas asas se entrelaçaram e eles espiralaram até o chão.

A Amazon diz que mudou seus procedimentos operacionais e treinamento após a colisão. O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes e a FAA estão investigando as quedas de setembro e dezembro.

“O propósito desses testes é levar nossas aeronaves além de seus limites. Seria irresponsável não fazer isso”, disse Stephenson. “Esperamos que ocorram incidentes como esses nesses testes, e eles nos ajudam a continuar melhorando a segurança de nossas operações.”

As quedas de drones não são as primeiras da Amazon. Uma investigação da Bloomberg relatou cinco incidentes ao longo de um período de quatro meses em 2021, incluindo um que provocou um incêndio no aeroporto de Pendleton e levou os reguladores federais a questionar a aeronavegabilidade do MK27-2.

Ex-funcionários disseram à Bloomberg na época que a Amazon havia negligenciado protocolos de segurança no interesse de manter os testes em andamento, incluindo a realização de testes com membros da equipe que precisavam alternar entre múltiplas funções durante um voo. A Amazon negou.

Houve pelo menos quatro quedas adicionais em 2022, três das quais foram resultado de perda súbita de energia, de acordo com registros da FAA. E em novembro de 2023, a Amazon pausou temporariamente as operações após um MK27-2 cair em Pendleton quando sua bateria se esgotou, de acordo com um relato do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB).

A empresa posteriormente começou a exigir que os operadores de drones medissem a voltagem do pacote de baterias como um backup para o monitoramento automatizado da aeronave.

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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