Acusado de assaltar joalheria no CE é inocentado com uso do Google

Familiares do homem apresentaram capturas de tela do celular que mostravam que ele estava na Bahia no período do crime. Entretanto, conforme a Defensoria Pública cearense, os “prints” por si só eram insuficientes para comprovar a inocência do homem, e foi necessário parecer técnico do Núcleo de Investigação Defensiva do órgão, que utilizou uma ferramenta do Google para atestar a veracidadedas imagens.
Defensoria utilizou a funcionalidade Takeout do Google para atestar a veracidade das provas. O Google Takeout é uma ferramenta que permite ao usuário exportar dados de serviços linkados ao próprio Google, como contatos e fotos. Esse instrumento também possibilita a recuperação de fotos antigas que estejam armazenadas no Google Fotos.
Tribunais não aceitam “prints” sem comprovação pericial técnica, explicou o defensor público Thácilo Evangelista. “A simples captura de tela, o chamado ‘print’, não tem sido aceita pelos Tribunais do país como prova, porque a imagem pode ser facilmente manipulada e adulterada. Para ter força de prova digital, é necessária a utilização de técnicas próprias que garantam a fidelidade dos dados, auditáveis pelo juiz”.
Por meio do Takeout, Defensoria coletou as evidências necessárias para provar inocência do homem. Conforme o órgão, laudo técnico apontou que o acusado esteve dez vezes em um estabelecimento comercial da Bahia entre 5 e 8 de agosto de 2023, período em que a joalheria foi assaltada.
Homem permaneceu na Bahia até o dia 14 de agosto de 2023. Naquele dia, ele deixou a cidade de Luiz Eduardo Magalhães e retornou ao Ceará em uma viagem de ônibus, e chegou ao destino no dia 15 daquele mês.
Com o laudo em mãos, Defensoria pediu a revogação da ordem de prisão e a retirada da acusação contra o homem. O Tribunal de Justiça do Ceará acolheu o pedido da Defensoria Pública, e o homem foi declarado inocente.