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Hora de aposentar o pijama no trabalho? Veja os prós e contras da volta ao escritório


Não trabalhar mais ao lado do seu pet, não comer mais com a família, não trabalhar mais de pijama: com o avanço da vacinação, trabalhadores em home office deverão se adaptar à volta ao escritório. Prós e contras de voltar ao trabalho presencial
Daniel Ivanaskas/G1
Muitas empresas que adotaram o home office durante a pandemia estão definindo quando e como será a volta ao trabalho presencial com o avanço da vacinação no país.
Após quase um ano e meio distantes fisicamente, colegas e chefes terão a oportunidade de se reencontrar, tomar aquele cafezinho juntos e, principalmente, conviver lado a lado e trocar experiências, o que no trabalho online nem sempre era possível.
Por outro lado, os profissionais sairão de sua zona de conforto de trabalhar em casa, perto de seus familiares e pets, sem a necessidade de se deslocar até o local de trabalho.
Outros hábitos que se tornaram rotina, como usar roupas mais casuais e confortáveis, sem a necessidade do chamado “dress code”, a maquiagem que foi deixada de lado, a não obrigatoriedade de fazer a barba todos os dias ou de cortar o cabelo com frequência terão de ser repensados.
Uma pesquisa da Korn Ferry mostra que retornar à rotina do escritório será “difícil” e “estranho” para 70% dos entrevistados.
Profissionais estão reticentes ainda em abrir mão das roupas confortáveis que usam ao trabalhar em casa: 50% afirmam que pretendem se vestir de maneira mais casual quando voltar ao escritório.
De acordo com Jean Rosier, co-fundador da Sputnik, escola corporativa de metodologias disruptivas e métodos criativos, em meio a esse movimento de retorno, surgiu entre os profissionais o chamado “medo de voltar para o escritório”.
“Existem diversos motivos que podem gerar essa fobia, seja a insegurança de voltar a viver em sociedade ou o medo de não se adaptar. O trabalho remoto facilitou o dia a dia de muitos trabalhadores, principalmente em relação às horas gastas no deslocamento e na comodidade de trabalhar de casa para quem tem filhos, por exemplo”, diz.
Para ele, os gestores precisam entender qual é a realidade de suas empresas e checar o quanto seus funcionários estão preparados, para então realizar o retorno da maneira mais estratégica e amigável possível.
Ao mesmo tempo, os profissionais terão de mostrar adaptabilidade para a mudança. “Ela foi importante no manejo dos funcionários do escritório para o home office, e agora será importante para fazer o caminho inverso, já que novas dinâmicas serão construídas na volta para o escritório”, aponta Rosier.
Outra solução cogitada pelas empresas e bastante aceita pelos profissionais é a implantação do trabalho híbrido, com o rodízio entre o trabalho remoto e o presencial. Assim, eles mantêm o convívio tanto na empresa quanto em casa.
“Há vantagens e desvantagens no trabalho presencial. O ideal seria que cada um pudesse escolher seu regime preferido de trabalho, mas nem sempre é possível. Então, mapear bem cada situação pode ser um bom começo para trabalhar melhor em diferentes contextos”, diz o especialista em carreiras Antonio Batist.
Veja abaixo prós e contras e as principais adaptações que serão necessárias para a volta ao trabalho presencial, de acordo com Batist:
Não trabalhar mais ao lado do seu pet
Não trabalhar mais ao lado do pet
Daniel Ivanaskas/G1
Depende de quem é o dono, qual o pet e qual o vínculo entre eles. A diferença poderá não ser tão grande (se o pet é um daqueles gatos fujões que ficam dias longe de casa, por exemplo). Há situações em que o dono poderá sentir saudades e compensar isso ao voltar para casa. Tem pet que com certeza vai sentir muita saudade. Por outro lado, tem pet que poderá sentir alívio com a ausência do dono.
Não fazer as refeições com a família
Não fazer as refeições com a família
Daniel Ivanaskas/G1
Muitas famílias tornam a refeição e a carreira profissional melhores, mas nem toda família é assim. Sabe aquela de que “até pernilongo pode ter sangue do seu sangue”? Às vezes, acontece.
Não ter a possibilidade de resolver os problemas pessoais enquanto trabalha
Não poder resolver problemas pessoais enquanto trabalha
Daniel Ivanaskas/G1
Mesmo no presencial, muitas pessoas resolvem problemas pessoais de modo paralelo. Outros, estando em casa, não conseguem se desligar do trabalho. Seja em casa ou fora dela, depende do tipo de problema, do tipo de trabalho, do perfil da empresa e até da personalidade de cada profissional.
Voltar a se deslocar até o local de trabalho, o que demandará mais horas do dia
Perder tempo no trânsito
Daniel Ivanaskas/G1
Não precisar enfrentar trânsito é o “céu” para muitos. Mas outras pessoas preferem conviver presencialmente com colegas de trabalho, mesmo tendo que enfrentar horas diárias de deslocamento.
Voltar a se preocupar com a roupa a ser usada, a barba a ser feita e a volta da maquiagem
Voltar a fazer barba e usar maquiagem
Daniel Ivanaskas/G1
Tem gente que se maquia ou se produz para reuniões por vídeo e tem aqueles que, mesmo no presencial, são o desleixo em pessoa. Embora o regime de trabalho influencie, a diferença maior pode estar na personalidade do indivíduo.
Voltar a comer fora
Voltar a comer fora
Daniel Ivanaskas/G1
Geralmente, comer fora é mais caro do que cozinhar em casa, mas há outras variáveis a analisar. Tudo depende do foco (finanças, praticidade, socialização, nutrição) de cada um.
Resgatar o tempo para si e sua individualidade
Resgatar o tempo para si
Daniel Ivanaskas/G1
Esse resgate depende, em parte, da realidade de cada um. Para pessoas que moram sozinhas, por exemplo, voltar ao presencial pode representar menos tempo para si. Já para quem convivia com a família em casa pode ser o contrário.
Conviver de perto com os colegas
Conviver de perto com os colegas
Daniel Ivanaskas/G1
Depende do tipo de convivência que se tinha e que se terá. A verdade é que há convívios maravilhosos, mas nem todo convívio próximo vale tanto a pena.
Trabalhar em local com ar-condicionado
Trabalhar em local com ar condicionado
Daniel Ivanaskas/G1
Depende do trabalho, do clima da região e do padrão de residência que se tem. Embora isso seja vantagem para uns, muitos trabalham, por exemplo, fora de escritórios. Outros têm ar-condicionado em casa, alguns preferem o conforto de não enfrentar trânsito ao conforto do ar-condicionado depois de horas em deslocamento.
Estação de trabalho com mais ergonomia e conforto
Estação de trabalho com ergonomia e conforto
Daniel Ivanaskas/G1
Algumas estações são mais confortáveis, mas isso também depende do tipo de trabalho, perfil da empresa, padrão de residência. Há quem tenha, em casa, tanto ou mais conforto quanto no trabalho e nem todo trabalho ocorre com estações de trabalho ou em escritórios.
Momentos de descontração no convívio do escritório
Momentos de descontração e convívio no escritório
Daniel Ivanaskas/G1
Para alguns, a “resenha” com colegas de trabalho é uma das maiores vantagens (senão a maior), mas é preciso considerar que muitas pessoas não são tão descontraídas e, para algumas delas, o trabalho presencial pode ser mais um desafio do que propriamente uma vantagem. E, embora alguns extrovertidos sejam ótimos profissionais, há introvertidos brilhantes que não sabem contar uma boa piada e acabam perdendo espaço. Resolver isso é, inclusive, um desafio de gestão.
Perda da produtividade devido à volta da interação com os colegas e possíveis interrupções relacionadas ao ambiente de trabalho
Perda de produtividade por possíveis interrupções no ambiente de trabalho
Daniel Ivanaskas/G1
Interrupções acontecem no ambiente presencial, mas o número de pessoas que reclamam de interrupções em casa (filhos pequenos, pets, vizinhança, entregas) também é considerável. Em casa ou fora dela, a capacidade que a pessoa tem de se concentrar nas atividades é crucial e pode sofrer abalos.
Menos interação online e menor necessidade de responder a todos rapidamente
Menos interação online
Daniel Ivanaskas/G1
A interação online poderá ser menor no presencial, mas a velocidade de resposta varia muito de acordo com o contexto. Exemplo: sua cadeira (no presencial) pode estar a três metros da cadeira da sua chefia. Ou seja, em casa ou não, o tempo de resposta pode ter relação com outros fatores que não o regime de trabalho em si.
Jornada de trabalho ligada à permanência no escritório e consequente diminuição de horas trabalhadas além do expediente
Jornada de trabalho ligada à permanência no escritório
Daniel Ivanaskas/G1
Alguns vêm apontando que, em casa, têm mais dificuldade de se desligar do trabalho. Atenção concentrada do profissional e outros fatores podem estar influenciando. Logo, isso pode estar mais relacionado à personalidade de cada um do que propriamente ao regime de trabalho.
Maior conhecimento do que está acontecendo na empresa
Maior conhecimento do que está acontecendo na empresa
Daniel Ivanaskas/G1
Depende essencialmente do perfil da empresa. Tem empresa onde a “rádio corredor” é mais ágil que a comunicação interna – aí o presencial tem mais “audiência”. Mas, para empresas realmente ágeis e transparentes, o regime de trabalho é o de menos. Muitas empresas precisam decidir entre se comunicar bem em qualquer tempo ou se tornar alvo de fofocas e afins.
Maior supervisão do que está sendo feito no trabalho
Maior supervisão do que está sendo feito no trabalho
Daniel Ivanaskas/G1
Depende. Maior ou menor supervisão tem mais relação com o perfil da empresa. É também pouco provável que quem aperfeiçoou a supervisão (e obteve melhor retorno com isso) vá “afrouxá-la” por causa da retomada presencial. Há empresas que olham bastante a produção em qualquer contexto. Outras andam mais no piloto automático (e nem sempre é fácil definir se o automático é plena confiança nos funcionários ou desleixo gerencial) e isso vale para qualquer regime de trabalho.
Maior acesso aos chefes e facilidade no compartilhamento de informações e nos feedbacks
Maior acesso aos chefes e compartilhamento de informações
Daniel Ivanaskas/G1
Depende do perfil da empresa e do tipo de chefia que ela seleciona. Alguns gestores de grandes empresas só viram pela primeira vez alguns colaboradores quando passaram ao home office e sentiram ou realizaram redução nos níveis de hierarquia. Existem exceções, é claro, mas, no presencial e no home office, você pode passar semanas esperando uma reunião para qualquer assunto que, no final das contas, podia ter sido através de telefonema, mensagem pelo WhatsApp ou e-mail.
Queda nas contas de consumo de casa, principalmente de energia elétrica
Queda nas contas de consumo de casa
Daniel Ivanaskas/G1
É uma possibilidade. Mas algumas empresas auxiliam funcionários com as contas e/ou equipamentos no home office. Resta saber quem quer pagar um pouco menos de energia e gastar muito mais tempo no trânsito e mais dinheiro com roupas.
Não precisar se preocupar com o sinal da internet
Não precisar se preocupar com o sinal da internet
Daniel Ivanaskas/G1
Tirando os casos de empresas que entregam equipamentos para funcionários usarem em casa (que não são muitas), pode ser realmente um fator a menos de preocupação.
Não ter interrupções de filhos durante o trabalho
Não ter que cuidar dos filhos no trabalho
Daniel Ivanaskas/G1
Depende muito de como é a realidade de cada um. Há famílias em que existe maior organização ou maior cooperação entre as pessoas da casa e fica um pouco mais fácil “driblar” interrupções. Mas há algumas situações bem difíceis. Em todo caso, o retorno ao presencial diminui as interrupções, mas reduz também as chances de dar aquele abraço ao longo do dia. Tal como tudo na vida, há vantagens e desvantagens em retornar ao presencial.

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