Parentes usam em julgamento vídeo feito com IA homem morto

A ideia partiu da irmã de Pelkey, Stacey Wales, que trabalha na área de IA e levantou a hipótese de o irmão falar por si mesmo depois que ela teve dificuldade para entender o que dizer. Ela escreveu um roteiro para o vídeo gerado por IA, refletindo que ele era uma pessoa que perdoava.
“Eu acredito no perdão e em um Deus que perdoa. Eu sempre acreditei e ainda acredito”, disse também a versão em IA de Pelkey, com uma longa barba e um boné cinza.
O juiz do Arizona responsável pelo caso, Todd Lang, parece ter gostado do uso da IA na audiência. “Eu adoro essa IA, obrigado por isso. Por mais bravo que você esteja, por mais justificadamente bravo que sua família esteja, eu ouço o perdão”, disse o juiz Lang. “Acho que é genuíno”, completou, segundo a BBC.
Horcasitas, 54, foi condenado à pena máxima e terá de cumprir 10 anos e 6 meses de prisão por homicídio culposo. Ele já havia sido condenado em um julgamento em 2023, mas um novo julgamento foi ordenado após o juiz entender que os promotores não divulgaram adequadamente evidências potencialmente importantes em tempo hábil.
Risco do uso de IA
Gary Marchant, membro do comitê e professor de Direito na Universidade Estadual do Arizona, disse à NBC que entende o motivo de a família ter produzido o vídeo, mas também afirmou estar preocupado com o precedente que isso criou. “A família fez um ótimo trabalho representando o que ele teria dito, e eles teriam a melhor noção do que ele teria dito”, disse Marchant. “Mas, por outro lado, é completamente falso, certo? Não é verdade.” “Então, esse é um salto a mais que eu acho que vai nos colocar em terreno perigoso”, finalizou.