Golpista pegava foto de clientes de operadora para obter empréstimos

Havia duas situações para a coleta da biometria. O suspeito tirava a foto e salvava para usá-la posteriormente ou alegava problema de conexão e usava o próprio celular com o app do banco digital pronto para efetuar o empréstimo.
Ele se aproveitava que o sistema da operadora indicava quem tinha boa pontuação de crédito. “Assim, ele conseguia ver quem tinha mais chance de ter um empréstimo liberado”, diz Cristiane Berger, gerente do Procon de Joinville.
As prestações não eram pagas e, após meses, a vítima era notificada pelo banco para explicar a dívida. Só de um banco contabilizamos 80 casos
Delegado Vinícius Ferreira, da Delegacia de Combate a Estelionatos de Joinville
Os empréstimos não eram de valores astronômicos. Segundo o delegado, os valores eram, em média, na casa dos R$ 4.000 — o valor dependia do crédito disponível para cada cliente. “Isso dá pelo R$ 320 mil de prejuízo chutando por baixo. Em alguns casos, conseguiu R$ 500 por vítima, enquanto em outros foi solicitado R$ 5 mil, por exemplo.”
Por enquanto, ninguém foi preso. O funcionário, que está sendo processado, tinha saído da loja e deixado Joinville antes da operação, deflagrada em 7 de abril. A companhia telefônica não tinha conhecimento do esquema, diz a polícia. Procurada para comentar o caso, a Claro não se pronunciou.
Bancos digitais têm sistema fraco
Alguns bancos digitais têm menos sistemas de segurança e isso costuma ser explorado por golpistas. “Muitas instituições facilitam a obtenção de microcrédito, o que não é um problema em si. A questão é que os golpistas se aproveitam de vulnerabilidades nos processos de autenticação. Em alguns casos, não é feito nem análise de score de crédito”, explicou o delegado.