China avança na corrida da IA e ameaça liderança dos EUA

A OpenAI também cita nominalmente a DeepSeek como uma ameaça. Embora reconheça a qualidade e o desempenho do modelo chinês, afirma que a IA é “subsidiada pelo estado” e “controlada pelo estado”. Afirmações que carecem de evidências. DeepSeek é um spin-off de um fundo de hedge que pegou, de certa forma, até o próprio governo chinês de surpresa.
As grandes apostas da China estão nos “Six Tigers”, seis startups de IA consideradas as mais promissoras. A DeepSeek nunca esteve entre elas, e o seu CEO só encontrou Xi Jinping semanas após a hecatombe que a empresa causou no Vale do Silício.
A aproximação entre o governo chinês e as empresas locais levanta muitos questionamentos, principalmente por não entendermos muito bem todas as regras do jogo. Inclusive, gravamos um episódio de “Deu Tilt”, podcast do UOL sobre tecnologia e inovação, especialmente sobre o tema.
Mas quando analisamos a situação de uma perspectiva maior, uma pergunta fica no ar: algo parecido não está acontecendo também nos EUA?
A aproximação entre a indústria de tecnologia e o estado ficou evidente durante a posse do presidente Trump. Zuckerberg não escondeu de ninguém que se uniria ao governo americano para fazer valer suas vontades comerciais em outros países. E o governo entende que as big techs são suas armas não apenas de hard power, mas também de soft power.
O fato é que esse desconhecimento e incerteza sobre como as coisas funcionam na China, leva ao fortalecimento de uma visão desconfiada em relação ao país asiático. É por este motivo que os CEOs das empresas dos EUA elaboram seus argumentos de que a IA precisa ser dominada por um país democrático, sendo os EUA a única opção.