Meta barra divulgação de livro de ex-diretora – 14/03/2025 – Mercado

A Meta obteve uma vitória legal na quarta-feira (12) contra uma ex-funcionária que publicou um livro de memórias revelador, quando uma decisão de arbitragem, sem envolvimento da Justiça, proibiu temporariamente a autora de promover ou distribuir mais cópias.

Sarah Wynn-Williams lançou na semana passada “Careless People: A Cautionary Tale of Power, Greed, and Lost Idealism” [“Pessoas Negligentes: Um Conto de Advertência sobre Poder, Ganância e Idealismo Perdido”], um livro que descreve uma série de alegações incendiárias de assédio sexual e outros comportamentos inadequados por parte de executivos seniores durante seu tempo na empresa.

A Meta buscou arbitragem, argumentando que o livro é proibido sob um contrato de não difamação que ela assinou como funcionária de assuntos globais.

Durante uma audiência de emergência na quarta-feira, o árbitro Nicholas Gowen concluiu que a Meta apresentou fundamentos suficientes de que Wynn-Williams potencialmente violou seu contrato, de acordo com um documento legal divulgado pela Meta. As duas partes agora iniciarão uma arbitragem privada.

Além de interromper as promoções e vendas do livro, Wynn-Williams deve se abster de fazer ou “amplificar quaisquer comentários difamatórios, críticos ou de outra forma prejudiciais”, de acordo com o documento.

Ela também deve retratar todos os comentários difamatórios anteriores “na medida em que estiverem sob seu controle.”

O documento não pareceu limitar a editora, Flatiron Books, ou sua empresa-mãe, Macmillan, de continuar a publicação do livro de memórias. A Meta negou veementemente as alegações no livro.

O livro é uma “mistura de alegações desatualizadas e já relatadas sobre a empresa e acusações falsas sobre nossos executivos”, disse um porta-voz da Meta, Andy Stone, em um comunicado. Wynn-Williams foi demitida por desempenho insatisfatório, acrescentou, e uma investigação na época determinou que “ela fez alegações enganosas e infundadas de assédio.”

Um porta-voz da Flatiron Books não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Um porta-voz de Wynn-Williams, que trabalhou no então Facebook de 2011 a 2017, não comentou.

A decisão de publicar o documento de arbitragem é uma das mais contundentes repúdios públicos da Meta a um livro de memórias revelador de um ex-funcionário, vários dos quais foram publicados nas últimas duas décadas.

Executivos da Meta também responderam online às alegações de Wynn-Williams, chamando a maioria delas de exageradas ou completamente falsas.

Em 2023, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA decidiu que é geralmente ilegal para empresas oferecerem acordos de rescisão que proíbam trabalhadores de fazer declarações potencialmente difamatórias sobre ex-empregadores, incluindo discutir acusações de assédio sexual ou agressão sexual.

Em um relatório de acionistas da Meta em 2022, o conselho de diretores da empresa afirmou que não exige que os funcionários “permaneçam em silêncio sobre assédio ou discriminação” e que a empresa “proíbe estritamente retaliações contra qualquer pessoal” por se manifestar sobre essas questões.

E em 2018, a Meta disse que não forçaria mais os funcionários a resolverem alegações de assédio sexual em arbitragem privada, seguindo uma postura semelhante adotada pelo Google na época.

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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