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Produtores de MT investem na compra de máquinas agrícolas após aumento na procura por soja


Brasil deve terminar este ano com mais um recorde de produção, com 135,4 milhões de toneladas de soja e exportação de 85,6 milhões de toneladas do grão. Máquinas agrícolas que ajudam na produtividade no campo
Sedec-MT/Divulgação
Os produtores de Mato Grosso passaram a investir mais na compra de máquinas agrícolas para acelerar a produção no campo e conseguir atender a demanda mundial. O Brasil deve terminar este ano com mais um recorde de produção, com 135,4 milhões de toneladas de soja e exportação de 85,6 milhões de toneladas do grão.
Os preços dos grãos mais que dobraram em um ano. Na bolsa de Chicago, que é usada como referência, a soja atingiu em 2021 os maiores valores dos últimos 9 anos. A saca de 60 quilos custa hoje quase 35 dólares, ou seja, por volta de R$ 180.
“O crescimento da demanda de alimentos mundial está em um volume maior do que estamos conseguindo aumentar a produção de grãos. Isso se reflete nos preços. Estamos com preços extremamente altos em função da falta de alimentos, pois aumentou muito o consumo, principalmente na China”, explicou o consultor de grãos João Birkhan.
Para quem tem o grão como moeda, a valorização resultou em maior capacidade de investimento.
Sorriso, no norte do estado, é o município que mais produz soja no país. Na região, o produtor rural Silvano Felipetto está renovando a frota de máquinas agrícolas para melhorar a produção.
“Temos o objetivo de trocar duas máquinas pequenas e comprar uma grande, que daí o nosso trabalho vai ter menos custo e mais rendimento. Também estou comprando um trator, uma plantadeira e uma colheitadeira”, contou.
Máquinas agrícolas do futuro: fabricantes têm conceito pronto para a próxima geração
Case IH/John Deere/Divulgação
Em todo o país, a produção de máquinas cresceu 36,3% nos dois primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Essas colheitadeiras que estão conosco aqui todas já estão vendidas e as que eu vou receber até outubro eu já tenho cliente que já veio, que nos procurou, já se credenciou pra compra desses equipamentos”, disse o diretor comercial de uma revendedora no estado, Alexandre Reis.
Com a grande demanda, faltam peças para dar continuidade na produção. Em outra empresa de máquinas agrícolas, uma das maiores fabricantes no mundo, os prazos de entrega passaram de dois para até sete meses.
O presidente da fabricante, Pauo Herrmann, um trator agrícola tem mais de 20 mil peças que são feitas por centenas de fornecedores, dentro e fora do Brasil, e que estão com dificuldade de atender a demanda.
“Hoje faltam semi condutores no mundo, por causa do lockdown, do home office, se vendeu muitos computadores, jogos, games, e houve um consumo muito maior de semi condutores no mundo. E nossas máquinas precisa dessas peças, várias delas têm vários semi condutores, e hoje é o item que não temos à disposição. Não é uma questão brasileira, é uma questão mundial, dado à grande demanda que houve no consumo doméstico”, pontuou.
O desafio agora é atender a todos os pedidos.
“O que não dá para atender é quando chegam três ônibus lotados de pessoas e todo mundo quer almoçar ao mesmo tempo, quer dizer, nós precisamos ter calma, distribuir essa demanda ao longo dos próximos meses pra que todo mundo receba o produto no tempo certo e com a qualidade necessária”, explicou.

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