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TikTok: usuários nos EUA dizem que app parece diferente – 25/01/2025 – Tec

Usuários do TikTok nos EUA, que antes viam o aplicativo como um refúgio para a liberdade de expressão, dizem perceber sinais de censura após a plataforma, que pertence à ByteDance da China, ter sido revivida por uma ordem executiva do presidente americano Donald Trump.

Os usuários do TikTok estão notando uma diferença no aplicativo de vídeos curtos após sua reativação, depois de ter ficado fora do ar no sábado (18) sob uma nova lei —promulgada por preocupações de segurança nacional durante a administração Biden com apoio bipartidário— que exige que ele seja vendido a um comprador dos EUA. Trump prometeu encontrar uma solução para a proibição, com vários interessados na disputa, incluindo pessoas com relações próximas ao novo presidente republicano.

Os usuários dizem que estão vendo menos transmissões ao vivo, e algumas atividades estão sendo removidas ou sinalizadas com mais frequência por violar as diretrizes da comunidade, incluindo comportamentos que anteriormente eram permitidos.

“Enquanto restauramos nossos serviços nos EUA, alguns recursos do TikTok podem estar temporariamente instáveis ou indisponíveis. Estamos trabalhando arduamente para resolver esse problema”, disse o TikTok aos usuários dos EUA em uma mensagem no aplicativo na terça-feira (21).

O TikTok afirmou que não permite conteúdo que promova comportamentos violentos ou discurso de ódio na plataforma.

Mas alguns usuários disseram que agora veem mais moderação de conteúdo, como resultados de busca limitados, além de avisos sobre desinformação e sugestões para que os usuários verifiquem suas fontes.

Alguns alegaram que o TikTok estava removendo comentários que usavam frases como “Free Palestine” e “Free Luigi”, uma referência a Luigi Mangione, acusado de matar um executivo da UnitedHealth, que anteriormente eram permitidas.

Na segunda-feira (20), Trump assinou uma ordem executiva que, segundo ele, visa restaurar a liberdade de expressão e acabar com a censura, referindo-se especificamente às plataformas de mídia social.

O criador de conteúdo, comediante e veterano Pat Loller, de 36 anos, disse que um vídeo satírico que ele criou em resposta ao gesto do bilionário Elon Musk, percebido por críticos como uma saudação nazista, em um do eventos da posse de Trump, foi marcado como desinformação. A publicação de Loller teve, então, o alcance limitado em um primeiro momento, embora obtivesse, no fim, mais de um milhão de visualizações.

“Eu nunca vi isso antes, e ainda está lá. Diz que ‘o compartilhamento está limitado a um chat por vez'”, disse Loller, que tem 1,3 milhão de seguidores.

Trump disse na terça-feira que não tinha nada contra Musk, que é um aliado próximo do presidente e está ajudando a supervisionar sua nova iniciativa sobre eficiência governamental, comprar o TikTok, se ele quisesse fazê-lo.

A usuária do TikTok Lisa Cline disse no Threads, da Meta, que estava tendo problemas para postar um vídeo no TikTok criticando Trump.

“Tentei postar isso seis vezes no TikTok e não me deixou por causa da censura, espero que funcione aqui”, disse Cline. O vídeo fazia referência à resposta de Trump à bispa episcopal Mariann Edgar Budde depois que ela pediu a ele, em um serviço de oração inaugural na Catedral Nacional de Washington, para mostrar misericórdia às pessoas que estão “assustadas”.

Danisha Carter, de 27 anos, disse que sua conta, que tem 2 milhões de seguidores, foi permanentemente suspensa logo após o TikTok ficar fora do ar no sábado. Disseram que foi devido a “múltiplas violações de políticas” quando ela tentou fazer login após o levantamento da proibição.

“Isso foi muito politicamente direcionado”, disse Carter, uma comentarista política, que afirmou que o TikTok não explicará sua decisão, que disse ser final. Sua última transmissão ao vivo criticou executivos de tecnologia ricos por sua influência sobre a campanha presidencial americana e empresas dos EUA.

Outros dizem que estão sendo sinalizados por comentários não relacionados à política, levantando preocupações de que os usuários estão sendo alvos com base em outros critérios, incluindo identidade ou conteúdo anterior.

Ada “Mila” Ortiz, analista de dados e criadora de conteúdo, disse que recebeu advertências após deixar comentários inofensivos em outros vídeos, com um aviso de que outra violação a impediria de acessar alguns recursos.

“Foi tão repentino e tão aleatório que pensei que estavam tentando me tirar daqui”, disse ela. Ortiz desde então deletou cerca de 15 vídeos que eram pró-vice-presidente Kamala Harris e anti-Trump.

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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