CEOs das big techs vendem a alma para quem pagar mais, diz autor
Isso acaba por agradar políticos e lideranças, geralmente de extrema direita, com discursos semelhantes ao de Donald Trump. Logo, não é por acaso que os CEOs da Meta, do Alphabet (dona do Google), da Amazon, da Apple e do X estavam aplaudindo o novo presidente na posse —o último deles, Elon Musk, inclusive, foi empossado como parte do governo do republicano.
Ainda que não tenhamos provas definitivas de parcialidade deliberada [por parte das empresas em relação à extrema direita], a natureza lucrativa destas plataformas as torna mais suscetíveis a amplificar material sensacionalista.
Embora estas empresas promovam frequentemente uma imagem de neutralidade e progressismo, são muito hábeis em se alinhar com as forças políticas dominantes para assegurar seus próprios interesses.
É uma relação de ganha-ganha. “Por exemplo, só o Elon Musk doou cerca de US$ 277 milhões para candidatos republicanos, incluindo Donald Trump. Esta parceria reflete a forma como as grandes empresas tecnológicas se entrincheiraram nos círculos políticos, levantando sérios questionamentos sobre o controle democrático”, afirma o pesquisador.
Em última análise, a principal ideologia do Vale do Silício é o capitalismo. Seus CEOs estão dispostos a vender, felizes, suas almas a quem pagar mais.
Monopólio das redes
Morozov defende que as grandes empresas de tecnologia subvertem a lógica de liberdade na internet e não só não contribuem como são danosas para o debate democrático. Para ele, o crescimento acelerado destas companhias, que já representam três das dez maiores empresas do planeta, só deixou este efeito danoso “mais transparente”.