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Por que David Solomon, CEO do banco Goldman Sachs, acha que trabalhar de casa é 'uma aberração'


Segundo ele, o serviço remoto não se encaixa na cultura de trabalho da companhia e será ‘corrigido’ o mais rápido possível. Mas nem todo mundo pensa como ele. Solomon acredita que o trabalho remoto é ruim para o setor financeiro
Getty Images via BBC
Se há uma coisa que David Solomon, CEO do banco Goldman Sachs, não gosta é que os funcionários de sua empresa trabalhem remotamente.
Para ele, o home office é “uma aberração”.
Solomon afirmou que sua companhia, um dos maiores grupos de bancos de investimento e valores mobiliários do mundo, operou em 2020 com “menos de 10% das pessoas” no escritório.
Sua ânsia para que os funcionários voltem ao escritório vai de encontro à visão de muitas outras empresas, que sugeriram que trabalhar de casa poderia se tornar algo permanente.
Mas, para Solomon, o home office não se encaixa na cultura de trabalho da Goldman Sachs.
“Acho que para uma empresa como a nossa, que está dentro de uma cultura de aprendizagem colaborativa e inovadora, isso não é o ideal. E não pode ser um novo normal. É uma aberração que vamos corrigir o mais rápido possível”, afirmou em uma conferência recentemente.
‘Não estou ansioso para voltar ao escritório’
Diversas empresas adotaram home office na pandemia
Getty Images via BBC
Tom, um homem de 35 anos que trabalha com planejamento urbano, disse à BBC que não deseja voltar ao antigo esquema de trabalho presencial.
“Realmente não estou ansioso para voltar ao escritório”, admite.
Ele contou que gostou de poder se dedicar mais aos filhos pequenos durante a pandemia. Mas seu empregador é bastante “insistente” em querê-lo de volta cinco dias por semana.
“Tive muita dificuldade com a falta de compreensão e apoio da geração mais velha de diretores, assim como sua ânsia em voltar aos escritórios e não aprender lições”, explica.
Segundo ele, seu empregador parece supor que haverá alguém em casa para cuidar das crianças e de outras demandas diárias, enquanto a indústria de tecnologia, em que sua esposa trabalha, permite mais flexibilidade.
Tom está agora em busca de um novo emprego que ofereça mais opções.
“O melhor cenário para mim seria dois dias no escritório, para estabelecer uma conexão com os colegas, e dois ou três dias em casa”, resume.
Sem mudanças no longo prazo
David Solomon acredita que não haverá grandes mudanças no longo prazo
EPA via BBC
Em particular, David Solomon, do Goldman Shachs, está preocupado com a próxima “turma” de cerca de 3 mil novos contratados que não se beneficiariam da “mentoria direta” de que precisam.
“Estou muito focado no fato de que não quero outra turma de jovens chegando remotamente ao Goldman Sachs no verão”, declarou.
Embora acredite que a pandemia de covid-19 tenha ajudado a impulsionar a adoção de tecnologias digitais e criado maneiras para o banco operar com mais eficiência, Solomon acredita que não haverá grandes mudanças no longo prazo.
“Não creio que, ao sairmos da pandemia, o modo geral de funcionamento de uma empresa como a nossa seja muito diferente”, afirmou.
Dentro do setor financeiro, parece que Solomon não está sozinho.
Em setembro, o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, disse que trabalhar de casa tinha um efeito negativo na produtividade.
O chefe do Barclays, Jes Staley, também expressou recentemente esperança de que a vacina permita que os funcionários retornem ao escritório.
No entanto, mais recentemente, o Lloyds Banking Group afirmou que planejava reduzir em 20% a quantidade de espaço de escritórios que usa em três anos, e o HSBC anunciou um corte de 40% na presença no escritório.
Trabalho permanente de casa?
As empresas de tecnologia também parecem estar mais entusiasmadas com o trabalho remoto.
Microsoft, Facebook e Twitter disseram que os funcionários teriam a opção de trabalhar de casa permanentemente.
O Facebook, especificamente, sugeriu que até metade de sua equipe poderia trabalhar remotamente por 5 a 10 anos.
Mas a empresa também deu a entender que os trabalhadores remotos poderiam receber um salário mais baixo, já que suas despesas seriam menores morando longe de São Francisco e do Vale do Silício, nos Estados Unidos.
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