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Veja dicas para se sair bem nas seleções para vagas em home office


Como se sobressair? Que habilidades são necessárias? Se nunca trabalhou em casa como driblar a falta de experiência? Especialistas em carreiras respondem a essas e a outras dúvidas. Videoentrevista se tornou rotina nos processos seletivos para vagas de emprego
Reprodução/TV Globo
Com a tendência do home office ainda em alta no país, devido ao aumento de casos de Covid-19 e morosidade na vacinação, quem procura emprego deve se preparar para encarar os processos seletivos para essa modalidade de trabalho.
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Mas como se sobressair? Que habilidades são necessárias? Se nunca trabalhou em casa, como driblar a falta de experiência?
Veja abaixo essas e outras dúvidas e as respostas de Maria Luiza Nascimento, diretora de recursos humanos da Randstad no Brasil; Antonio Batist, especialista em carreiras; Andrea Greco, psicóloga e especialista em carreiras e Eliane Tenorio de Brito, coach, mentora, hunter e sócia-proprietária do Imap Minas.
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Como os candidatos podem se sobressair nos processos de seleção neste momento em que muitas das vagas são para home office?
Maria Luiza Nascimento: As empresas esperam que seus colaboradores entreguem seu trabalho onde quer que eles estejam, em home ou no escritório. Por isso, o candidato deve mostrar que pode atuar de forma efetiva em ambas as situações. Assim como ele tinha uma rotina de preparo para sair de casa, quando necessitava ir diariamente para o escritório, ele deve mostrar que tem uma rotina para trabalhar em casa ou em qualquer outro local.
Deve mostrar como se preparou para esta mudança, como por exemplo, sua rotina de horários, como organizou o local onde reside e que agora também é seu escritório e qual acordo fez com os demais moradores de sua casa para que possa manter sua concentração no trabalho.
Antonio Batist:
Procure manter o “olho no olho” para gerar mais “proximidade” e passar mais segurança em entrevistas online;
Estude a empresa e o cargo – saiba quem será seu empregador e como você poderá colaborar com ele;
Seja pontual e mantenha o espaço o mais adequado possível (higiene, organização, silêncio);
Para obter mais silêncio e evitar interrupções, fale às pessoas que moram com você sobre o processo seletivo;
Quando perguntarem o que você faz ou sua experiência, não fale apenas o seu cargo atual ou anterior, mas aproveite e vá destacando resultados, premiações, aprendizados;
Faça testes antes para garantir que seus equipamentos estão todos funcionando (qualidade de vídeo, áudio do microfone, iluminação, enquadramento da câmera) e verifique se você sabe usar os equipamentos e aplicativos. Exemplo: se o processo for via Zoom e você só sabe usar Skype, faça testes com algum amigo, envolvendo as funcionalidades (compartilhar tela, criar conta, baixar app, compartilhar arquivos, gravar, entrar e sair do aplicativo, usar chat, configurar câmera, ajustar áudio);
Se houver abertura por parte do entrevistador e se você tiver segurança sobre o conteúdo dos seus perfis, deixe um “cartão virtual de visitas”: vá além do currículo e compartilhe links e perfis de redes sociais que reforcem uma imagem positiva (um bom exemplo é se tiver um link em uma rede social como o LinkedIn);
Se o processo envolver mais pessoas (outros candidatos, por exemplo), seja cortês com todos e não apenas com o entrevistador;
Ajude as pessoas, faça participações pertinentes, mantenha a calma e interaja de forma profissional e agradável. O ideal é que o seu comportamento e o seu currículo façam as pessoas desejarem trabalhar com você.
Andrea Greco: No currículo devem constar seus resultados em cada uma das empresas que já tenha trabalhado e mostre suas soft skills dentro de cada desafio aceito dentro da empresa.
Eliane Tenorio de Brito: Demonstre ser disciplinado – esta é a chave para atuar em home office.
Que habilidades (técnicas e comportamentais) o candidato deve mostrar em uma entrevista de emprego para ganhar a vaga em home office?
Maria Luiza Nascimento: Habilidades técnicas são as mesmas em qualquer situação, seja no home office ou escritório. O conhecimento que você tem é seu patrimônio e será mostrado respondendo às perguntas que serão feitas nas entrevistas, seja para trabalhar em remoto ou presencial.
Em relação às habilidades comportamentais, você deve mostrar, com exemplos, como consegue organizar sua rotina e como se prepara para executar seu trabalho: como prioriza suas atividades, acessa materiais, mantém contato com o líder, colegas, clientes e todos os demais colaboradores que impactam sua atividade diária. Também deve mostrar como consegue conciliar as atividades profissionais com as pessoais e garantir um descanso reparador ao longo do dia de atividades.
Antonio Batist: Geralmente, titulações, experiência e certificações compõem a dimensão técnica e habilidades comportamentais como resiliência, flexibilidade, proatividade, comunicabilidade e empatia são as mais valorizadas. Entretanto, as competências necessárias variam de acordo com o cargo. As empresas mais organizadas costumam anunciar as vagas com uma descrição que envolve o perfil técnico e comportamental esperado e essa descrição deve ser a bússola do candidato.
Andrea Greco: Deixe claro as habilidades aprendidas por meio de cursos e no dia a dia do trabalho, além das habilidades comportamentais como boa comunicação, organização, planejamento, empatia, capacidade de resolver problemas, trabalho em equipe e respeito à diversidade.
Se o candidato nunca trabalhou em home office, como ele pode mostrar ao recrutador que dará conta de trabalhar nessa modalidade?
Antonio Batist: Mostrar que trabalha bem em equipe e que tem disciplina para produzir, mesmo estando distante, são dois aspectos relevantes. Demonstrar que sabe usar os meios necessários ou que se dispõe a aprender também ajuda. Além disso, mesmo sem experiência em home office, o candidato pode mostrar habilidades como uso de sistemas corporativos, e-mails, redes sociais.
Até experiências que não sejam profissionais também podem ajudar. Um exemplo são os candidatos que fizeram cursos à distância. Em alguns casos, a pessoa fez faculdade à distância e vivenciou vários desafios do home office (trabalhos em grupo, cumprimento de prazos, reuniões online, avaliações), mesmo sem ter percebido.
Maria Luiza Nascimento: Primeiramente, deve mostrar que tem uma infraestrutura básica: local com mesa, cadeira e acesso à internet, enfim, um espaço onde ele poderá trabalhar de forma tranquila. Deve mostrar também qual rotina ele pretende estabelecer para executar suas atividades e como conciliará sua vida profissional com a pessoal.
Andrea Greco: Vale colocar no resumo de qualificação sua escolha também em trabalhar em home office ou até mesmo enviar seu currículo para uma vaga para outro estado que já demonstra o seu interesse.
Se ele tem experiência em home office ele pode mencionar isso no currículo?
Antonio Batist: Sem dúvida. Em alguns casos, o fato de ter experiência comprovada em regime de home office pode ser um fator de desempate em favor do candidato.
Andrea Greco: Deve mencionar para deixar claro para o recrutador que ele já possui esta experiência e que está preparado para isso.
Eliane Tenorio de Brito:
Coloque no seu currículo alguma atividade que você já tenha realizado nesta modalidade e, se ainda não teve esta experiencia, deixe claro que está pronto para começar.
Também deixe claro no seu currículo as ferramentas e aplicativos que você já domina e que serão utilizados no home office, como arquivos na nuvem, aplicativos de reuniões online, compartilhamentos, acessos remotos.
Tome cuidado para não mentir essa informação no currículo apenas para garantir sua vaga.
Maria Luiza Nascimento: Não é necessário. Caso ele nunca tenha trabalho nesta modalidade, pode ser um ponto negativo para a empresa. Vale focar em descrever e demonstrar suas habilidades que contribuirão para o trabalho remoto.
O candidato precisa mostrar que domina o uso de ferramentas de comunicação remota ou seu desempenho na entrevista online já basta?
Antonio Batist: É muito importante que o candidato demonstre que sabe usar as ferramentas. O recrutador aproveitará o processo seletivo para testar os candidatos quanto às ferramentas, mas o candidato não deve se acomodar com isso.
É interessante verificar no processo seletivo se haverá outras ferramentas que demandarão acesso específico e treinamento. Uma vez aprovado, poderá trabalhar com ferramentas específicas e sistemas aos quais não tinha acesso. Além disso, é o cargo que vai ditar quais serão as ferramentas necessárias.
Andrea Greco: O candidato pode citar dentro do currículo que trabalhou sua habilidade em ferramentas de comunicação remota em outra empresa.
Maria Luiza Nascimento: A comunicação remota já era muito importante antes mesmo do início da pandemia. Atualmente ela tem sido absolutamente mandatória. Por essa razão, todos temos que conhecer as ferramentas disponíveis. Apesar do uso durante a entrevista, ele deve mostrar o conhecimento que tem sobre a ferramenta. O candidato deve ainda procurar conhecer os meios de comunicação remota, pois isso dará mais tranquilidade e segurança para desempenhar seu trabalho.
Habilidades como proatividade, organização, comunicação, adaptabilidade e iniciativa são pré-requisitos para conseguir uma vaga remota devido à necessidade de fazer o trabalho à distância?
Maria Luiza Nascimento: Sim, todas essas habilidades são significativas. Diria que as mais importantes são: organização e iniciativa. Trabalhar remotamente exige maior organização por parte de todos os profissionais, pois a possibilidade de dispersão aumenta. Iniciativa também é essencial, pois ele terá que assumir uma postura de mais protagonismo, não sendo tão dependente de ninguém para realizar suas atividades.
Uma habilidade que considero muito importante seria conexão social. Trabalhar remotamente pode gerar, em algum momento, um sentimento de solidão. Por isso, é importante que ele tenha a habilidade de estar conectado com seu líder, colegas de trabalho, bem como com toda sua rede de relacionamentos.
Antonio Batist: Além das habilidades citadas, disciplina, senso de equipe, intraempreendedorismo e inteligência emocional podem gerar bons resultados.
Andrea Greco: São as principais, mas podemos ressaltar outras, como a gestão de pessoas, liderança, inteligência emocional, gerenciamento de tempo, produtividade, fit cultural com a empresa e resolução de crises e conflitos.
É possível que nas entrevistas o recrutador simule situações em que o candidato precise demonstrar como executaria um determinado trabalho, para mostrar se tem organização, foco, motivação, entre outras habilidades essenciais no trabalho remoto?
Maria Luiza Nascimento: Sim, este tipo de entrevista tem sido muito comum nos processos seletivos.
Antonio Batist: Qualquer seleção que se preze tentará reproduzir processos e sistemas de trabalho. Para não ficar apenas em teorias e promessas de ambos os lados, é essencial que a empresa faça dinâmicas virtuais com simulações do trabalho que seria desempenhado pelo candidato. Algumas empresas chegam a utilizar realidade virtual, ambientes de teste de sistemas computadorizados e outros meios. Assim, a empresa avalia o que de fato interessa e o candidato tem melhor noção do que será seu trabalho no futuro. Isso reduz muitos riscos de futuras frustrações para ambos os lados.
Andrea Greco: Através da entrevista por competências, o recrutador pergunta ao candidato como ele se comportaria em uma determinada situação.
Os candidatos devem ser preocupar em ter uma estrutura para a realização do home office, como mobiliário, internet de alta velocidade, computador e celular?
Antonio Batist: Há algumas controvérsias quanto a esse assunto. Do ponto de vista jurídico, se o funcionário não tiver os equipamentos necessários, cabe à empresa fornecê-los, negociando com o funcionário as condições para eventual fornecimento. A empresa tem obrigação com funcionários, mas não com os candidatos, e algumas têm colocado nos anúncios de vagas como requisito que ele tenha seus próprios equipamentos.
Sugiro verificar atentamente o anúncio de vaga antes de decidir se irá se candidatar. Pressa e necessidade fazem alguns candidatos não observarem esses detalhes e terem contratempos. Quanto à seleção, é importante o candidato ser sincero sobre se possui ou não equipamentos para o trabalho. Empregadores sérios costumam resolver isso de forma mais tranquila. Aliás, assim como empresas selecionam candidatos para certas vagas com base na estrutura desses candidatos (se possuem veículo próprio, por exemplo), a postura do empregador quanto aos equipamentos já pode sinalizar ao candidato se realmente vale a pena trabalhar ali ou não.
Eliane Tenorio de Brito: Deixe claro que você tem um espaço adequado, um bom computador, uma boa internet e que nem as crianças nem os cachorros vão interromper suas atividades.
Maria Luiza Nascimento: Temos sempre que estar preparados para mostrar nosso trabalho, e ter as ferramentas necessárias é importante. Além disso, hoje é muito comum as pessoas terem internet, computador e celular. Quanto ao mobiliário e também espaço em sua residência, faz parte da forma como irá organizar a rotina de trabalho remoto.
Andrea Greco: São fundamentais um computador ou notebook e uma conexão estável com a internet, mas o local claro, silencioso e sem interrupções melhora mais ainda o trabalho.
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