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Como começar um negócio do zero com pouco dinheiro

Veja dicas de 7 áreas que precisam de investimento baixo para começar, segundo o Sebrae.
Como começar um negócio do zero com pouco dinheiro
Empresas que começaram em uma garagem e viraram gigantes chamam a atenção. A Amazon, de Jeff Bezos, partiu de uma pequena revendedora de livros usados, ainda com o nome de “Cadabra”, para se tornar uma das marcas mais valiosa do mundo.
Mas a realidade de quem está começando um negócio do zero com pouco dinheiro, ainda mais em tempos de Covid-19, é muito diferente, como explica Edgard Barki, professor e coordenador do centro de empreendedorismo e novos negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV) EAESP.
“Existem muitos que tentaram [criar um negócio com pouco dinheiro] , e não conseguiram. O segredo não é ter dinheiro ou não, é saber usar o que você tem do melhor jeito possível”, diz Edgard Barki, da FGV.
Bezos, na verdade, obteve um empréstimo dos pais para começar o negócio, além de captar recursos com investidores desde o começo. “Mais do que dinheiro, depende de uma visão para enxergar oportunidades”, afirma Barki.
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Plano de negócios: como montar o seu
Desde a chegada do coronavírus ao país, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de São Paulo relata alta no interesse dos brasileiros em começar novos negócios.
Segundo a entidade, os atendimentos com orientações aos empreendedores triplicaram durante a pandemia. Diante das crises de saúde e econômica, o desemprego bateu recordes durante 2020, segundo o IBGE, e o número de trabalhadores que passaram a exercer atividades por conta própria aumentou.
Pensando em estratégias para começar um negócio com pouco dinheiro, o G1 reuniu quais são os principais pontos para começar uma empresa do zero, de acordo com especialistas do setor.
Áreas de baixo custo inicial
A pergunta a se fazer na hora de definir o ramo do negócio é qual o “problema” atual do consumidor. Isso significa encontrar uma resolução para o que as pessoas estão precisando no momento.
Com o isolamento social e mais tempo em casa, o consumidor tem novos hábitos, como trabalhar em home office e o uso de máscaras. “O empreendedor deve pensar em desenvolver um serviço para essa nova realidade”, explica Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
Dicas de 7 áreas que precisam de pouco dinheiro para começar, segundo o Sebrae:
Artesanato (confecções simples, como objetos de decoração, roupas confortáveis, pantufas, aromatizadores e máscaras).
Refeições e doces por encomenda (kits de café da manhã, kits para finalizar o produto em casa e kits para público específico, como alimentos sem glúten).
E-commerce de nicho (vender alguma coisa que gosta e entende pela internet, como plantas, vinhos, entre outros).
Aulas e cursos online (consultorias, reforço escolar, exercício físico, yoga, etc).
Mercado infantil (kits de brinquedos, jogos, parquinho para dentro de casa, etc).
Reparos domésticos (consertos em geral, pintores, pedreiros, encanadores).
Brechó digital (revender peças que sobram nas casas das pessoas).
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Busque conhecimento (e parceiros)
Um exercício proposto por Poit, do Sebrae, é pegar duas folhas em branco. Em uma delas, escreva algo em que tenha talento. “Não existe nenhuma pessoa que não tenha uma habilidade”, afirma.
No segundo pedaço de papel deve estar uma lista de amigos. “São todas pessoas que você pode pedir, sem hesitar, uma ajuda”. Com essa rede formada, você deve divulgar o negócio e conseguir apoio dessas pessoas, que podem se tornar futuros colaboradores.
Outra dica importante é buscar conhecimento em aulas e cursos de empreendedorismo. O próprio Sebrae possui uma lista de aulas gratuitas e que podem ser feitas pela internet, até mesmo por WhatsApp.
O curso mais acessado, inclusive, se chama “Seu negócio digital em 5 dias”.
Para o professor da FGV, Edgard Barki, a base do empreendimento é “vender o tempo todo”, não especificamente o produto, mas a ideia por trás de seu negócio.
“Quando você não tem nada [de dinheiro], muitas vezes você tem uma ideia. E você tem que convencer as pessoas que aquilo é uma boa ideia”, argumenta. Isso é importante para ter potenciais colaboradores no negócio. “Eles vão começar com você vislumbrando futuros ganhos”, explica.
Estrutura enxuta
Nada de megalomania logo no início do negócio, o importante é dar um passo de cada vez. Para isso, é essencial manter uma estrutura enxuta e sem gastos desnecessários.
Veja algumas dicas para gastar pouco no negócio:
Começar sozinho, sem funcionários (é importante consolidar o negócio para poder iniciar contratações).
Utilizar a própria residência como local de trabalho.
Usar meios digitais sem custo para chegar ao cliente (WhatsApp e redes sociais).
Para formalizar o seu negócio a modalidade indicada é a de Microempreendedor Individual (Mei).
“A luz para o negócio é testar. Se não tem dinheiro, comece pequeno”, afirma Edgard Barki, da FGV.

Faça o planejamento
Fazer um plano muito minucioso de como funcionará o empreendimento pode não ser fácil para quem está começando, ainda mais com pouca verba, mas é essencial ao negócio ter um planejamento como base.
“Mesmo que não seja algo muito detalhado, é importante fazer uma análise inicial”, afirma Wilson Poit.
O Sebrae indica a elaboração do chamado plano de negócios, que é um documento com referências sobre a empresa para que se possa mensurar os riscos, avaliar alternativas e evitar decisões erradas (saiba como fazer o plano de negócios aqui).
Conheça sete passos para montar um plano de negócios
Venda antes, compre depois
Uma estratégia indicada é construir uma base de clientes e, eventualmente, até conseguir as encomendas antes mesmo de comprar ou produzir o produto final. Desse modo, quando efetuar o pedido ao fornecedor ou iniciar a manufatura já estará com o lote vendido.
“Isso é possível, desde que a pessoa consiga planejar”, afirma Poit, do Sebrae. Ele recomenda começar devagar e conhecer bem o fornecedor para não atrasar a entrega e o cliente não fique na mão.
Comece no meio digital
Como foi dito sobre a parte estrutural, os meios digitais são vantajosos para quem está começando. Se você quer fabricar bolos, por exemplo, não precisa ter uma loja e pagar aluguel. Pode fazer o preparo em casa e as vendas pela internet.
“Hoje é possível vender por WhatsApp, combinar com o cliente o pedido e a entrega”, diz Poit, do Sebrae. “Muitos estão recebendo pelo Pix”.
O novo sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco do Brasil é gratuito. Ele está disponível a qualquer hora, 7 dias por semana (saiba mais como funciona o Pix).
Para Barki, da FGV, o digital ou mesmo um serviço porta a porta podem servir como escalada para que um dia tenha o negócio físico. “A loja física ainda tem sua força. Muitas vezes o sucesso pode ir contra a maré”, explica.
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Vale a pena buscar empréstimo?
Nem todos podem contar com o auxílio que Bezos teve ao começar sua empresa, mas uma alternativa para quem não tem dinheiro é buscar um empréstimo para empreender. Caso consiga levantar o dinheiro, os especialistas indicam cuidado extra com o planejamento.
“É preciso muito cuidado porque não é crédito só para começar, mas para manter o negócio por alguns meses e atingir o ponto de equilíbrio”, diz Poit, do Sebrae, se referindo ao momento que o empreendimento começa a dar lucro.
“Antes de pegar o crédito, é melhor colocar em prática sua ideia, com um modelo enxuto”, complementa Barki, da FGV.
Veja mais dicas e estratégias para quem está começando um negócio:

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