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Quem é o bilionário Jensen Huang, CEO da Nvidia – 25/02/2024 – Mercado

A fortuna de Jensen Huang, presidente-executivo da Nvidia, dobrou em oito meses e atingiu US$ 69,6 bilhões (R$ 347,6 bilhões) na semana passada após forte alta nas ações da empresa impulsionada pelos resultados para 2023, divulgados na quarta-feira (21).

As ações da Nvidia se valorizaram em cerca de 238% nos últimos 12 meses, 63% só neste ano. Com isso, a empresa se posiciona acima da Amazon e da Alphabet, dona do Google, e soma quase US$ 2 trilhões em valor de mercado, a terceira mais valiosa dos Estados Unidos.

Huang, 61, é o maior acionista individual da empresa, com 3,5% dos papéis, segundo a Forbes. O ranking da revista, baseado em informações de ativos públicos, colocava o executivo na 21ª colocação das pessoas mais ricas do mundo neste sábado (24).

Huang liderou, em 2007, a expansão da Nvidia para além dos gráficos de videogames, setor no qual baseou sua reputação até alguns anos atrás. Esse avanço foi o que permitiu o atual domínio no mercado de hardware focado em inteligência artificial.

Nos últimos anos, a empresa projetou e lançou unidades de processamento gráfico (GPU, na sigla em inglês) que foram fundamentais para o desenvolvimento da IA generativa, cujo recente boom é marcado pelo lançamento do ChatGPT no final de 2022. Os chips são produzidos pela taiwanesa TSMC.

De acordo com o Financial Times, o cofundador da Nvidia é o empreendedor esforçado padrão do Vale do Silício. Ele acorda às 4h, pratica exercícios e segue para uma rotina de trabalho de 14 horas.

O restante do tempo de Huang é dedicado às duas filhas e à esposa, Lori, que conheceu em um trabalho em grupo na Universidade de Oregon. Lá, o executivo concluiu o bacharelado em engenharia elétrica. Ele também tem um mestrado em Stanford.

Huang fundou a empresa aos 30 anos, em 1993, com dois amigos, após terem deixado empregos como projetistas de chips. Escolheram o mercado de games pelo constante desafio imposto pela área da computação gráfica, exigente em pesquisas e em soluções de implementação. Huang diz que essa dificuldade fez a empresa avançar.

O bilionário quase sempre se veste com roupas pretas, dos sapatos à camisa, por debaixo de uma jaqueta de couro escuro e bem hidratado. Também gosta de carros esportivos —tem Ferraris, um superesportivo Koenigsegg e Mercedes.

Apesar da preferência de Huang por acessórios despojados, um amigo disse ao Financial Times que ele gosta de carros esportivos não pela velocidade nas pistas, e sim pelo visual descolado. Entre investidores, Huang é conhecido por olhar para um horizonte de cinco a dez anos.

Em entrevista ao site Wired publicada na sexta-feira (23), Huang deu sinais do que espera para o futuro da tecnologia.

“Se é possível gerar texto, se é possível gerar imagens, será que também é possível gerar movimento? A resposta é provavelmente sim. E então, se é possível gerar movimento, será possível entender intenções e produzir uma versão geral da articulação. Portanto, a robótica de humanoides deve estar bem próxima”, disse.

“Um modelo de fundação da robótica provavelmente está prestes a chegar —diria que em algum momento do ano que vem. A partir desse ponto, daqui a cinco anos, veremos coisas incríveis.”

Antes do frenesi com a inteligência artificial de hoje, Huang esteve à frente da Nvidia durante as diferentes crises das criptomoedas desde 2018 que afetaram o desempenho da empresa.

Além de games e modelos de IA, as GPUs também são usadas na mineração desses ativos digitais, embora a Nvidia tenha tentado se desvincular desse mercado.

Em 2022, a Nvidia lançou o processador H100, voltado para executar modelos de linguagem —os motores que rodam o ChatGPT, por exemplo— com trilhões de parâmetros. Cada unidade custa até US$ 40 mil (cerca de R$ 200 mil), segundo sites especializados.

Empresas interessadas em disputar o mercado de inteligência artificial enfrentam esse preço para montar a infraestrutura necessária para o negócio.

A estreia desse chip no mercado em um momento em que a inflação subia nos EUA pareceu mal agendada, mas ocorreu semanas antes do lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022.

Alguns clientes tiveram de esperar meses a fim de ter acesso a mil processadores H100 para treinar grandes modelos de linguagem. Elon Musk disse ao Financial Times que um servidor —que exige vários chips— capaz de treinar IA custa hoje no mínimo US$ 250 milhões (R$ 1,25 bilhão).

Hoje, a espera chega a 210 dias (ou sete meses), disse o diretor da Nvidia para América Latina, Márcio Aguiar, em entrevista à Folha.

“Os resultados divulgados ainda estão pequenos, o mercado de IA envolve mais de US$ 1 trilhão (R$ 4,9 trilhões)”, disse.

A empresa apresenta até agora os melhores resultados na capitalização do otimismo em torno da inteligência artificial, tecnologia que promete aumentar a produtividade e pode ameaçar milhões de empregos.

“Nós saímos de um ano muito difícil em 2022 para uma virada surpreendente”, disse Huang ao Financial Times em maio do ano passado.

Na semana passada, após o anúncio da receita recorde de US$ 60,9 bilhões em 2023, o CEO da Nvidia disse que “a demanda está aumentando no mundo inteiro”, e a IA generativa chegou a “um ponto de virada”.

Com Financial Times

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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