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Mais uma startup de IA vira ‘unicórnio’
A ElevenLabs, startup que usa IA (inteligência artificial) para criar e reproduzir vozes de pessoas, anunciou nesta segunda ter recebido um investimento de US$ 80 milhões, que a avaliou em US$ 1 bilhão (atingindo o patamar de unicórnio, no jargão do mercado).
A startup já foi alvo de críticas por sua ferramenta ter sido usada na criação de vídeos e áudios deepfakes.
O investimento envolveu grandes gestoras do setor, como Andreessen Horowitz e Sequoia Capital, e representa uma valorização de dez vezes da startup em relação a junho do ano passado, quando foi avaliada em US$ 100 milhões.
A ElevenLabs: fundada em 2022, a startup lançou uma versão de teste de sua ferramenta há cerca de um ano.
↳ Ela disponibiliza uma versão gratuita em que o usuário envia o texto e recebe, em segundos, uma gravação lida por uma das vozes padrão disponibilizadas na plataforma.
↳ Na modalidade paga, o assinante insere amostras de voz, que são utilizadas para narrar o texto que o usuário quiser. A plataforma também oferece opções de ajuste de entonação, emoção e ritmo de leitura.
A aposta da startup é no mercado de dublagem e em audiobooks. Sua ferramenta também é usada para criar vozes de personagens de jogos e em campanhas publicitárias.
- Entre seus clientes, estão produtoras de games e empresas de mídia e entretenimento.
Sim, mas… A ferramenta da ElevenLabs também tem sido usada para criar vídeos falsos, que tentam enganar usuários ao simular a voz de celebridades.
- Em um caso, usuários do fórum 4chan se organizaram para criar uma versão falsa da atriz Emma Watson lendo um discurso antissemita.
A ElevenLabs afirma que procura identificar usuários que violam repetidamente seus termos de serviço e lançou uma ferramenta para detectar falas criadas por sua plataforma.
Ao site americano Tech Cruch, um dos fundadores diz que a startup planeja disponibilizar essa ferramenta para “players de distribuição”.
Plano industrial de Lula preocupa mercado
Em um dia em que os índices acionários americanos renovaram suas máximas, a Bolsa Brasileira caiu 0,81%, para 126.602 pontos, e o dólar acelerou 1,20% ante o real, para R$ 4,98.
O principal culpado, segundo os agentes do mercado: o plano de R$ 300 bilhões do governo Lula (PT) para impulsionar a indústria do país nos próximos dez anos.
Entenda: a nova política industrial do governo prevê metas, diretrizes e medidas para a próxima década, conforme antecipado pela Folha. Ela coloca o poder público como indutor do desenvolvimento.
Segundo o governo, os R$ 300 bi serão divididos desta forma:
- R$ 271 bilhões virão de financiamentos;
- R$ 21 bilhões de créditos “não-reembolsáveis”;
- R$ 8 bilhões serão gastos pelo BNDES para comprar participações acionárias em empresas, reeditando uma política de outras gestões do PT que se tornou alvo de críticas de economistas.
Por que pegou mal no mercado? Os agentes demonstraram preocupações com o impacto fiscal das medidas e com seu eventual efeito inflacionário, que pode prejudicar o ciclo de queda de juros já iniciado pelo Banco Central.
O pesquisador Sérgio Lazzarini, autor de dois livros sobre as relações entre Estado e empresas nos governos do PT, diz à Folha que “estamos vendo coisas que já foram feitas e não deram certo”.
No anúncio do plano, o presidente Lula e outros membros do primeiro escalão do governo defenderam o papel do poder público para desenvolver e estimular a indústria, em particular para impulsionar as exportações de empresas brasileiras.
A volta dos IPOs?
A melhora nas condições do mercado aqui e lá fora motiva os bancos de investimento a retomarem as conversas sobre IPO (oferta inicial de ações).
- A expectativa dos agentes é de que uma empresa brasileira pode estrear na Bolsa ainda no primeiro semestre deste ano, e as apostas sobre a quantidade de operações variam entre três e 20 no ano.
- A última empresa brasileira a fazer IPO foi o Nubank, que tocou o sino da Bolsa de Nova York em dezembro de 2021.
O que pode ajudar na volta dos IPOs: a manutenção do ciclo de queda da Selic, que volta a deixar a renda variável mais atrativa, e o bom momento dos mercados aqui e lá fora.
Ao contrário do exterior, porém, a Bolsa brasileira vive um freio em relação ao ano passado, quando subiu 22%. Neste ano, o Ibovespa cai 5,65% e pode ser um empecilho para as ofertas.
Os setores na mira: analistas apontam empresas de saneamento e energia como as favoritas para estrear na Bolsa nos próximos meses.
- Entre os nomes citados, estão a Oceânica Engenharia –que divulgou ao mercado seu interesse no IPO–, a CBO (Companhia Brasileira de Offshore), de logística, e a CTG (China Three Gorges), de energia.
A característica dessas empresas, conhecidas pela forte geração de caixa, é bem diferente das companhias cujas ações fizeram sua estreia em 2021.
- Na época, com os juros ainda em patamares baixos no mundo todo, empresas novatas e mais voltadas ao mercado interno, como varejistas e de tecnologia, dominaram as ofertas.
Muitos currículos, poucas vagas
Menos de 1% das inscrições para uma vaga de emprego acabam em contratação na plataforma de recrutamento Gupy, conforme dados da própria empresa.
O cenário gerou uma enxurrada de relatos frustrados sobre a dificuldade de conseguir um emprego na internet.
Em números:
- 15 milhões de inscrições são feitas por 1,5 milhão de pessoas todos os meses na plataforma.
- 100 mil contratações mensais foram feitas até o fim do ano passado.
- Três reclamações são publicadas no LinkedIn a cada mil pessoas cadastradas, afirma a Gupy.
Como a plataforma se defende e tenta reverter isso: ela diz que há critérios subjetivos em análise, o que dificulta um retorno objetivo.
A empresa divulgou 24 compromissos divididos em três pilares: viabilizar candidaturas simples, apoiar seleções responsáveis nas empresas e impulsionar informação e conhecimento dos candidatos.
Candidatos também devem prestar atenção nos pré-requisitos da vaga e inserir um currículo que tenha relação com esses itens.
O primeiro crivo na Gupy é feito por meio de inteligência artificial, que avalia a afinidade do candidato com a vaga, com uma nota de 0 a 100.
Em 2022, a plataforma comprou a concorrente Kenoby e hoje é o site de recrutamento mais acessado no Brasil, segundo a Comscore.