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Inteligência artificial: Apple investe para uso no iPhone – 24/01/2024 – Tec

A Apple está silenciosamente aumentando suas capacidades em inteligência artificial, fazendo uma série de aquisições, contratações de funcionários e atualizações de hardware que visam trazer a IA para sua próxima geração de iPhones.

Dados da indústria e artigos acadêmicos, bem como informações de bastidores de especialistas do setor de tecnologia, sugerem que a empresa tem focado a atenção em vencer o obstáculo tecnológico de executar a IA em dispositivos móveis.

A fabricante do iPhone tem sido mais ativa do que as grandes empresas de tecnologia concorrentes na compra de startups de IA, adquirindo 21 empresas desde o início de 2017, mostra uma pesquisa da PitchBook. A mais recente dessas negociações foi a compra, no início de 2023, da startup californiana WaveOne, que oferece compressão de vídeo com IA.

“Estão se preparando para fazer algumas fusões e aquisições significativas”, disse Daniel Ives, da Wedbush Securities. “Ficaria chocado se eles não fizessem um acordo de IA considerável este ano, porque está acontecendo uma corrida armamentista de IA, e a Apple não vai ficar de fora dessa”.

De acordo com uma recente avaliação do Morgan Stanley, quase metade das vagas de emprego em IA da Apple agora incluem o termo “Aprendizado Profundo”, que está relacionado com os algoritmos que alimentam a IA generativa —modelos que podem gerar texto, áudio e código semelhantes aos humanos em segundos. A empresa contratou o principal executivo de IA do Google, John Giannandrea, em 2018.

A Apple tem optado pelo segredo sobre seus planos de IA, mesmo quando grandes concorrentes de tecnologia, como Microsoft, Google e Amazon, destacam investimentos de bilhões de dólares na área. Mas, de acordo com informações de bastidores do setor, a empresa está trabalhando em seus próprios modelos de linguagem grandes —a tecnologia que alimenta produtos de IA generativa, como o ChatGPT da OpenAI.

O CEO da Apple, Tim Cook, afirmou a analistas na metade do ano passado que “tem feito pesquisas em uma ampla gama de tecnologias de IA” e investindo e inovando “de forma responsável” quando se trata da nova tecnologia.

O objetivo da Apple parece ser operar IA generativa por meio de dispositivos móveis, o que permitiria que chatbots e aplicativos de IA funcionassem no próprio hardware e software do telefone, em vez de serem alimentados por serviços em nuvem em centrais de dados.

Esse desafio tecnológico requer reduções no tamanho dos grandes modelos de linguagem que alimentam a IA, além de processadores de alto desempenho.

Outros fabricantes de dispositivos avançaram mais rápido do que a Apple. A Samsung e o Google lançaram novos dispositivos que dizem executar recursos de IA generativa pelo telefone.

A Conferência Mundial de Desenvolvedores da Apple, geralmente realizada em junho, é amplamente esperada como o evento em que a empresa revelará seu mais recente sistema operacional, o iOS 18. Analistas do Morgan Stanley esperam que o software móvel seja voltado para permitir a IA generativa e possa incluir a assistente de voz Siri sendo alimentada por um LLM.

“Eles tendem a esperar até que haja uma confluência de tecnologia, e possam oferecer uma das melhores representações dessa tecnologia”, disse Igor Jablokov, CEO do grupo empresarial de IA Pryon e fundador da Yap, uma empresa de reconhecimento de voz adquirida pela Amazon em 2011 para alimentar seus produtos Alexa e Echo.

A Apple também revelou novos chips, que têm maior capacidade para executar IA generativa. A empresa disse que seu processador M3 Max para o MacBook, anunciado em outubro, “desbloqueia fluxos de trabalho anteriormente impossíveis em um laptop”, como desenvolvedores de IA trabalhando com bilhões de parâmetros de dados.

O chip S9 para novas versões do Apple Watch, revelado em setembro, permite que a Siri acesse e registre dados sem se conectar à internet. E o chip A17 Pro no iPhone 15, também anunciado na mesma época, possui um motor neural que a empresa diz ser duas vezes mais rápido do que as gerações anteriores.

“No que diz respeito aos chips em seus dispositivos, eles estão definitivamente cada vez mais voltados para a IA no futuro, do ponto de vista de design e arquitetura”, disse Dylan Patel, analista da empresa de consultoria em semicondutores SemiAnalysis.

Pesquisadores da Apple publicaram um artigo em dezembro anunciando que fizeram uma descoberta ao executar LLMs em dispositivos usando memória Flash, o que significa que as consultas podem ser processadas mais rapidamente, mesmo offline.

Em outubro, ela lançou um LLM de código aberto em parceria com a Universidade de Columbia. “Ferret” está atualmente limitado a fins de pesquisa e, na prática, atua como um segundo par de olhos, informando ao usuário o que ele está vendo, incluindo objetos específicos dentro da imagem.

“Um dos problemas de um LLM é que a única maneira de experimentar o mundo é por meio de texto”, disse Amanda Stent, diretora do Instituto Davis de IA no Colby College. “É isso que torna o Ferret tão empolgante: você pode começar a conectar literalmente a linguagem ao mundo real.” Nesta fase, no entanto, o custo de executar uma única consulta de “inferência” desse tipo seria enorme, disse Stent.

Tal tecnologia poderia ser usada, por exemplo, como um assistente virtual que pode dizer ao usuário qual marca de camisa alguém está usando em uma chamada de vídeo e, em seguida, encomendá-la por meio de um aplicativo.

Na semana passada, a Microsoft ultrapassou a Apple como a empresa listada mais valiosa do mundo, com investidores empolgados com as iniciativas do grupo de software em IA.

Ao mesmo tempo, analistas do Bank of America elevaram sua classificação das ações da Apple na semana passada. Entre outras coisas, eles citaram expectativas de que o ciclo de atualização dos iPhones será impulsionado pela demanda por novos recursos de IA generativa a serem lançados este ano e em 2025.

Laura Martin, analista sênior do banco de investimento Needham, disse que a estratégia de IA da empresa será “em benefício de seu ecossistema Apple e para proteger sua base”.

“A Apple não quer estar no negócio do que o Google e a Amazon querem fazer, que é ser a espinha dorsal de todos os negócios americanos que constroem aplicativos em grandes modelos de linguagem”, avaliou Martin.

Visto primeiro na Folha de São Paulo

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