Uma semana após ser lançado, o programa Celular Seguro, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, já resultou no bloqueio de 4.349 aparelhos roubados, furtados, perdidos ou extraviados.
Conforme o ministério informou, até a manhã desta quarta-feira (27), a ferramenta recebeu 1.836 alertas de usuários vítimas de roubos. Outros 1.285 alertas foram motivados por furtos; 902 por perdas e 326 por motivos diversos. Só no último dia 20, foram 1.113 medidas restritivas.
São Paulo é a unidade federativa com maior número de alertas de bloqueio: 1.125. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro (494); Pernambuco (324); Bahia (308) e Minas Gerais (287).
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em julho, o Brasil registrou um crescimento de 16,6% de furtos e roubos de telefones celulares no período de um ano, saindo de 853 mil casos em 2021 para 999,2 mil ocorrências no ano passado.
A média é de 114 celulares roubados por hora no país. Levando em conta esses dados, em uma semana ocorrem em média 19.152 furtos e roubos de celulares. O número de bloqueios do Celular Seguro desde seu lançamento, então, representaria cerca de 23% desse volume.
Segundo estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas), há cerca de 249 milhões de smartphones em uso no país.
Disponibilizado no último dia 19, o programa é uma iniciativa do governo para combater o roubo e o furto de aplicativos e de aparelhos celulares no país. Por meio do site e do aplicativo, as vítimas podem comunicar o crime e pedir o bloqueio imediato dos aparelhos, dos aplicativos bancários e de novos acessos aos dispositivos.
O secretário-executivo da pasta da Justiça, Ricardo Cappelli, disse que os dois objetivos do projeto são acelerar o processo de desativação do celular furtado e reduzir a atratividade desse tipo de crime.
Número 2 da Justiça, Cappelli é um dos cotados para comandar a pasta com a ida de Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal) e tem o nome defendido pelo PSB.
Ainda de acordo com o ministério, 797.353 pessoas acessaram o aplicativo por meio da plataforma gov.br. Destas, apenas 579.883 registraram os números das linhas de telefone que gostariam de bloquear remotamente. Segundo o ministério, é possível acessar o aplicativo informando apenas o CPF, deixando de registrar os dados do aparelho.
Cada pessoa que se cadastra no Celular Seguro pode indicar pessoas da sua confiança, autorizando-as a efetuar os bloqueios em seu nome. Até a manhã desta quarta, 528.836 contatos de confiança haviam sido cadastrados.
O próprio dono do aparelho cadastrado pode bloqueá-lo acessando o site celularseguro.mj.gov.br, usando um computador seguro. Não há limite para o cadastro de números, mas eles precisam estar vinculados ao CPF para que o bloqueio seja efetivado.
Não há a opção de bloqueio temporário. Caso o aparelho seja recuperado, o usuário terá que entrar em contato com a operadora de telefonia e com os demais parceiros do Projeto Celular Seguro, como bancos e aplicativos, para reativar seus acessos.