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Ibovespa abre em baixa, com ata do Copom e juros nos EUA no radar


Principal índice do mercado de ações brasileiro encerrou o dia a 108.721 pontos, em alta de 0,18%. Ibovespa opera em alta nesta terça-feira.
Pixabay
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu com volatilidade nesta terça-feira (07), oscilando entre altas e baixas.
O mercado fica de olho, neste pregão, nas repercussões da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e nas próximas sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre o rumo de suas taxas de juros. No cenário doméstico, investidores ainda estão atentos as falas do presidente Lula sobre o Banco Central do Brasil.
Às 10h10, o índice recuava 0,25%, caindo aos 108.345 pontos. Veja mais cotações.
Na véspera, o Ibovespa subiu 0,18% e encerrou o dia a 108.721 pontos, impulsionado sobretudo pela alta nas ações da Petrobras. Com o resultado, o índice acumula perda de 4,15% no mês. No ano, a queda acumulada é de 0,92%.
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O que está mexendo com os mercados?
Nesta manhã, o Copom divulgou a ata de sua última reunião, sinalizando cautela com o percurso inflacionário no Brasil.
O Comitê afirmou que houve uma deterioração das expectativas de inflação de prazos mais longos e acrescentou que permanecerá “vigilante” para buscar as metas fixadas, podendo manter os juros altos por um período “mais prolongado” do que o previsto anteriormente, ou até mesmo elevá-los.
Juros mais altos no Brasil aumentam a rentabilidade dos títulos de renda fixa nacionais, o que atrai capital estrangeiro para o país e valoriza o real em detrimento do dólar e moedas de outras divisas. No entanto, a migração para a renda fixa pesa contra o mercado de ações brasileiro.
Ontem, o presidente Lula se posicionou contra as últimas decisões do Banco Central e disse “que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”.
Durante evento de posse de Aloizio Mercadante como novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula disse que o Brasil tem uma “cultura” de juros altos que “não combina com a necessidade de crescimento” do país e criticou a decisão do Copom de manter a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% ao ano na última semana.
Já nos Estados Unidos, investidores aguardam discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. “A fala de Powell será importante para o mercado calibrar as expectativas, após dados econômicos na última sexta-feira (03), como o relatório payroll (relatório de empregos), mostrarem que a atividade econômica americana segue acelerada”, afirma a equipe de análise do BTG Pactual.
O Federal Reserve (BC dos EUA) elevou na semana passada a meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual, uma alta menor que as anteriores. Mas o último relatório de empregos nos Estados Unidos, com resultados fortes e acima do esperado, renovou as preocupações sobre o patamar de juros necessários para trazer a inflação do país de volta para a meta.
Dados do Departamento do Trabalho dos EUA divulgados na sexta-feira mostraram que a criação de empregos no país acelerou em janeiro, com abertura de 517.000 postos de trabalho fora do setor agrícola e a taxa de desemprego caindo para 3,4%, menor nível em 53 anos e meio.
“O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse ontem que os fortes dados de emprego levantam a possibilidade de que o banco precise aumentar as taxas de juros para um pico mais alto do que o esperado anteriormente”, explicam os analistas do banco.
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos daquele país, considerados os mais seguros do mundo. Com retornos mais atrativos, investidores tendem a migrar para a renda fixa americana, o que pode impactar negativamente os ativos de risco, como as moedas de países emergentes e os mercados de ações.

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