WhatsApp, Facebook e Instagram: 4 efeitos da pane global
Horas passadas sem as redes sociais nesta quarta-feira contribuíram para dia de perdas nos mercados acionários e para ‘crise de ansiedade’ entre usuários ‘órfãos’. Instagram, WhatsApp e Facebook ficaram quase 6 horas fora do ar em todo o mundo
g1
As horas desta segunda-feira (4) em que Facebook, WhatsApp e Instagram permaneceram fora do ar para usuários no mundo inteiro provocaram efeitos diversos, além de alimentarem um dia turbulento no mercado internacional.
Até o início desta noite (no horário de Brasília), ainda não havia uma explicação para a pane, embora houvesse relatos de que parcela dos usuários voltava a conseguir acessar os serviços.
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O executivo-chefe da área de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, tuitou ao longo do dia: “sinceras desculpas a todos os impactados neste momento por panes nos serviços providos pelo Facebook. Estamos passando por problemas de rede, e nossas equipes estão trabalhando o mais rápido possível para fazer o ‘debug’ e a restauração o mais rápido possível”.
A seguir, quatro efeitos sentidos nesta segunda-feira em consequência da incomum e duradoura queda nos serviços de redes sociais que abrigam, juntas, estimados 3,5 bilhões de usuários no mundo:
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Em meio à pane e à revelação da identidade de uma informante que trouxe à tona supostas práticas questionáveis da empresa, as ações do Facebook caíram 5% nesta segunda-feira em Nova York.
Outras empresas de tecnologia (Apple, Microsoft, Amazon e Alphabet) também ajudaram a puxar para baixo todo o resultado ruim do dia em Wall Street, em um momento de alta nas taxas do Tesouro americano.
Houve uma espécie de “processo de correção” no valor acionário das gigantes de tecnologia, segundo opinou à Reuters Jack Ablin, executivo-chefe de investimentos na consultoria Cresset Wealth Advisors.
No Brasil, a Bovespa também fechou em queda nesta segunda-feira.
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Nas redes que continuaram funcionando (embora com alguns relatos de instabilidade), como o Twitter, o dia foi de reclamar ou rir da queda dos rivais, e de assistir a contas “dormentes” voltarem a ser ativadas por usuários “órfãos” das demais redes sociais.
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Mas, para muitos pequenos negócios que dependem das redes sociais para fazer contato com clientes e concretizar vendas, foram horas de preocupação – e de lucros menores.
Um dos motivos é que a pane afetou também o Workplace, ferramenta do Facebook que agrega 7 milhões de assinantes pagos, informou a Business Insider, apontando que, em pane semelhante ocorrida dois anos atrás, pequenos negócios perderam milhares de dólares em transações não realizadas.
“Para todos que foram afetados pela interrupção das nossas plataformas hoje: sentimos muito. Sabemos que bilhões de pessoas e negócios em todo o mundo dependem de nossos produtos e serviços para permanecer conectados. Agradecemos sua paciência à medida que voltamos a ficar online”, afirmou em nota o Facebook na noite desta segunda-feira.
Dificuldade de comunicação e ansiedade
“Eu estou surtando de ansiedade […] Não consigo fazer outra coisa que não esperar que (o serviço) volte”, escreveu uma jovem no Twitter.
Buscas pelas palavras “ansiedade” e “surtando” em outras redes, como Twitter e TikTok, também davam uma grande quantidade de resultados, demonstrando como – em plena pandemia – muitos de nós criamos uma relação de dependência com as redes sociais.
Para quem se sentiu assim, o momento pode ser de rever a relação com as plataformas, sugere a professora Lilian Carvalho, coordenadora do Centro de Estudos de Marketing Digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pesquisadora da relação entre substâncias neuroquímicas e nossa presença nas redes sociais.
“É uma chance de ouro para mudança”, defende a especialista.
“Assim como as pessoas decidem fazer exercício ou parar de fumar quando percebem que estão com falta de ar ao subir uma escada, se você está percebendo uma ansiedade nesse apagão, é hora de entender os efeitos negativos que esse vício está tendo sobre você”.
Muita especulação e incerteza
Na ausência de uma causa pública clara para o motivo da pane, a segunda-feir a foi de muita especulação e debate sobre o que teria feito o conglomerado de Mark Zuckerberg passar tantas horas fora do ar.
Em notas enviadas à BBC News Brasil, no início da tarde, o Instagram, o WhatsApp e o Facebook informaram: “estamos cientes de que as pessoas estão tendo dificuldades para acessar nossos aplicativos e produtos. Estamos trabalhando para que tudo volte ao normal o quanto antes”.
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À agência Reuters, especialistas em segurança cibernética especularam que a pane pudesse ser resultado de um erro interno, embora a possibilidade de sabotagem interna não fosse, até então, descartada por esses especialistas. A possibilidade de ação hacker era considerada mais remota, uma vez que exigiria uma grande coordenação entre poderosos grupos de hacking ou técnicas extremamente inovadoras.
“A duração da pane é bastante incomum, e há relatos de ‘caos’ na sede do Facebook, enquanto técnicos tentavam consertar o problema”, relata o repórter especializado em tecnologia da BBC na América do Norte, James Clayton.
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