Ranking de competitividade mostra que Brasil não se prepara para economia digital
O ranking de competitividade digital avaliado anualmente pelo International Institute for Management Development (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), mostra que o Brasil tem dificuldade para formar brasileiros na qualidade e velocidade necessária para fazer frente aos desafios da economia digital que avança no mundo.
O ranking, que será divulgado na noite desta terça-feira (28), colocou o Brasil na posição 51 em uma lista de 64 países, atrás apenas de países como Chile, Portugal, República Checa, Turquia e Jordânia.
Quem lidera o ranking são os Estados Unidos, seguido por Hong Kong, Suécia e Dinamarca.
A posição geral do Brasil em 2020 foi a mesma do ano anterior, mas houve piora em indicadores específicos, como o que exibe a formação de pessoas para o mundo digital.
No tema da atração de cérebros para o mercado de trabalho, o Brasil ficou na posição 63 – apenas a Venezuela teve colocação pior.
“A economia digital vai querer mão de obra qualificada e o Brasil está ficando para trás neste quesito”, diz o professor Carlos Arruda, professor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.
Um dado surpreendente em relação ao Brasil que aparece no estudo é o fato de o país ser o 8º na publicação acadêmica e na presença de mulheres na ciência.
O Brasil teve um pequeno avanço no contexto digital em áreas como home office, varejo online, telemedicina. Mas outros países também avançaram nestes mesmos pontos. O Brasil também melhorou nos últimos anos na simplificação de procedimentos e marco regulatório.
Para Arruda, a formação de poucos brasileiros qualificados para o desafio digital que o mundo enfrenta mostra um sinal preocupante, de uma sociedade não está valorizando a educação como deveria.
“A gente não vê passeatas na rua por melhor educação. Nem se vê pais brigando nas escolas públicas e privadas pela melhora da educação. Nossa sociedade precisa valorizar mais a educação, em especial em um momento de transformação tecnológica”, diz Arruda.
O ranking mostrou ainda que o Brasil enfrenta problemas na área de segurança digital. O ponto de fragilidade é humano, não de software. Mais um ponto que leva à educação para o comportamento e ética digital inadequados para o potencial que o Brasil tem.
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