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99moto estrategia mototaxi cidade sao paulo

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“Hackeando o governo”

A Uber chegou ao país em 2014, durante a Copa do Mundo no Brasil, e não fez tanto barulho. A situação começou a ficar hostil contra a plataforma no ano seguinte ao estrear a modalidade UberX, que oferecia carro por aplicativo a um preço mais acessível que táxis.

Na época, taxistas chamavam o serviço de “clandestino” e diziam que UberX era um “táxi pirata”. Dos protestos a situação escalou para a violência contra motoristas, o que trouxe mais publicidade ainda para a empresa e o apoio da população, sobretudo de classe média, que passou a ver a Uber como alternativa real de transporte: do trabalho nos dias úteis à balada no fim de semana.

A briga foi tanta que em 2015 o então prefeito Fernando Haddad tornou ilegal a plataforma, e regularizou os chamados “táxis pretos”. Conclusão: a Uber continuou funcionando e acabou forçando a prefeitura a criar um decreto autorizando os chamados “serviços de transporte individual por aplicativos” em 2016.

Um detalhe: anos após essa briga toda, o jornal britânico The Guardian publicou os “Uber Files”. Arquivos vazados expunham a estratégia da empresa de “hackear” os governos e convencê-los a aceitarem o serviço. Em uma troca de mensagens, Travis Kalanick, fundador e primeiro CEO da Uber, dizia, por exemplo, que a “violência garante o sucesso”.

E a 99 com isso?

A 99 se apega à lei federal e ignorar a Prefeitura de São Paulo. A empresa não aposta na violência, mas na opinião de um grupo específico de usuários. Ao lançar a plataforma fora do centro expandido, a companhia quer convencer quem mora em regiões mais periféricas que a moto por app (que a empresa não quer que chame de mototáxi) é barata e resolve a ida ao terminal ou estação de trem ou metrô mais próxima.



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